Miguel Diaz-Canel
Havana, 15 de julho (RHC).- O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou que os recentes distúrbios no país fazem parte de um plano concebido desde o exterior.
Falando no programa de rádio e televisão “Mesa Redonda”, disse que muitas das ações, disfarçadas como protestos, terminaram em atos de vandalismo e violência, e destacou que as pessoas participaram com motivações diferentes, desde as que respondem ao objetivo de desestabilizar o país, até delinquentes ou insatisfeitos com a situação atual.
“Nesse domingo houve manifestações vandálicas, desordem, ataques às forças de segurança”, indicou. “Foram cometidos atos que atentam contra a Constituição da República, referendada em 2019 por mais de 86% da população”, afirmou o chefe de Estado.
Apontou que os organizadores e promotores da violência nas ruas se baseiam nos manuais de golpe suave e de guerra não convencional.
“Coincidiram o endurecimento do bloqueio norte-americano e o pico da Covid-19 nas últimas semanas, o que fez à chamada máfia cubano-americana acreditar que o momento da estocada final tinha chegado”, assinalou.
Reiterou que é preciso fazer uma análise crítica das dificuldades no país, aprimorar os mecanismos para atender os grupos mais vulneráveis e potenciar programas sociais, além de priorizar estratégias em nível comunitário, social e individual, dando respostas oportunas.
Defendeu o fortalecimento das organizações e instituições de bairro, que esteve entre os temas debatidos no recente 8º Congresso do Partido Comunista de Cuba.
Díaz-Canel sublinhou que em Cuba há um clima de paz, apesar da campanha de ódio e mentiras próprias do terrorismo midiático. “Fazemos um chamamento à harmonia, unidade, responsabilidade, solidariedade e amor ante a campanha de mentiras que inclui ameaças, difamações e instigações ao assassinato lançadas desde as redes sociais”, apontou.
“Não querem a tranquilidade cidadã com a qual se vive em Cuba, na comunidade, no bairro, onde os cidadãos convivem e se ajudam uns aos outros”, afirmou o Presidente e primeiro-secretário do Partido Comunista.
Quanto à campanha SOSMatanzas lançada no exterior sob o pretexto de ajudar essa província cubana afetada por uma nova onda da Covid-19 nas últimas semanas, denunciou que a intenção era provocar explosões sociais no país e mostrar uma crise sanitária inexistente.
Sublinhou que esse território conta com todo o apoio do governo central, que tem aplicado medidas e buscado soluções para enfrentar a conjuntura atual, inclusive o envio de brigadas médicas de reforço e o uso de instalações hoteleiras para dar assistência aos casos positivos.
Nesse contexto, o mandatário cubano exortou a multiplicar os sentimentos de solidariedade, sensibilidade e responsabilidade social, e a realizar maiores esforços, concretizar resultados e promover a ajuda e as soluções entre todos.