Havana, 23 fevereiro (RHC).- Cuba convocou a preservar a paz e a segurança internacionais, e denunciou o empenho dos Estados Unidos para impor a progressiva expansão da OTAN até as fronteiras da Federação Russa, o que constitui uma ameaça à segurança nacional desse país e à paz regional e internacional, afirma declaração do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, publicada na terça-feira.
O comunicado chama os Estados Unidos e seus aliados “a atenderem de modo sério e realista os fundados reclamos de garantias de segurança da Federação da Rússia, que tem o direito de se defender”. E advoga por uma solução diplomática por meio do diálogo construtivo e respeitoso para preservar a paz internacional.
O governo dos Estados Unidos leva semanas ameaçando a Rússia e manipulando a comunidade internacional sobre os perigos de uma “iminente invasão em massa” à Ucrânia, detalha o texto.
Com esse propósito, assinala, Washington forneceu armas e tecnologia militar, estacionou tropas em vários países da região, aplicou sanções unilaterais e injustas e intimidou com outras represálias, ao mesmo tempo desencadeou uma campanha de propaganda anti-russa.
A declaração da chancelaria recorda que Cuba tinha advertido sobre quão perigosa é esta política. Nessa direção, citou as palavras pronunciadas em 22 de fevereiro de 2014, pelo então presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, General de Exército Raúl Castro Ruz, quem avisara:
“Agora mesmo, na Ucrânia estão ocorrendo acontecimentos alarmantes. A intervenção de potências ocidentais deve cessar (…) Não se deve ignorar que estes fatos podem ter consequências muito graves para a paz e a segurança internacionais”. Anos depois, em 26 de setembro de 2018, na Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente da República Miguel Diaz-Canel Bermúdez, alertou: “a contínua expansão da OTAN em direção às fronteiras da Rússia provoca sérios perigos, agravados pela imposição de sanções arbitrárias que rejeitamos”, sublinha a declaração.
Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, aprovou decreto de reconhecimento da independência e soberania das repúblicas da região de Donbass fora do controle de Kiev, uma decisão rechaçada pelas autoridades ucranianas.
Putin também assinou acordos de amizade, cooperação e assistência mútua com os líderes de ambos os territórios, Denis Pushilin (Donetsk) e Leonid Pasechink (Lugansk), e afirmou que Moscou vai ajudar a garantir a paz na região.