Bruxelas, 17 julho (RHC).- A Cúpula dos Povos Bruxelas-2023 começou segunda-feira com a denúncia do bloqueio econômico, comercial e financeiro que os EUA impõem a Cuba.
Na Universidade Livre de Bruxelas, sede do fórum de dois dias, um painel da sociedade civil de vários países debateu a natureza do cerco aplicado por Washington há mais de 60 anos e seu impacto na vida diária dos habitantes da Ilha.
O vice-decano da Faculdade de Direito da Universidade de Havana, Yuri Pérez, explicou aos presentes os objetivos verdadeiros do bloqueio: desestabilização e forçar mudanças políticas na Ilha.
Trata-se de um sistema de medidas e leis muito complicado, de caráter unilateral, porquanto o Direito Internacional não permite aos EUA executá-lo.
Sendo assim, o bloqueio viola princípios elementares, como a igualdade soberana, a boa fé e a não ingerência nos assuntos domésticos, advertiu.
Pérez assinalou igualmente a violação dos direitos humanos que o bloqueio representa ao atacar áreas como saúde e educação, no meio da pandemia de Covid-19 inclusive.
Por sua vez, o dirigente sindical belga do setor metalúrgico, Hilal Sor, afirmou que o bloqueio de Washington é a resposta ao caminho escolhido por Cuba para construir um modelo próprio com investimentos em saúde e educação.
O imperialismo norte-americano pretende destruir um processo que demonstra que outro modelo é possível, ressaltou.
O primeiro vice-presidente da associação Cuba Coopération France (CubaCoop) Miguel Quintero, e a presidente de Netzwerk Cuba-Alemanha, Angélica Becker, condenaram o bloqueio e seu impacto.
O debate na primeira jornada da Cúpula dos Povos focalizou o endurecimento do bloqueio imposto a Cuba, com medidas como sua inclusão na lista unilateral de países patrocinadores do terrorismo, uma decisão que os presentes repudiaram.
Pelo crime que representa o bloqueio, a dirigente do Partido da Esquerda Europeia, Maite Mola, exigiu que os Estados Unidos fossem incluídos em sua própria lista. (Fonte: PL)