Intervención de Díaz-Canel en la cumpre COP28
Dubai, 01 dezembro (RHC) O presidente da República de Cuba, Miguel Díaz-Canel, discursou na sexta-feira, em nome de Cuba e das nações do Sul, na Cúpula de Ação Climática que acontece em Dubai como parte da COP28.
"O direito da humanidade de existir deve ser a principal motivação de nossas discussões", disse o chefe de Estado cubano.
Em um dos amplos salões do Centro de Exposições de Dubai - onde está sendo realizada a 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima - o Chefe de Estado iniciou seu discurso agradecendo "ao governo e ao povo dos Emirados pela recepção calorosa, pela hospitalidade e pela organização da Cúpula". Em seguida, abordou uma questão de urgência:
"Permitam-me começar lembrando que, a pouco mais de dois mil quilômetros daqui, em Gaza, está ocorrendo um genocídio. Em nome de Cuba, condenamos categoricamente a escalada de violência e terror desencadeada contra os habitantes dessa faixa de terra na Palestina ocupada. A paz é necessária para salvar o planeta".
Com relação ao fórum internacional, Diaz-Canel afirmou que "esta COP deve ser um espaço para compromissos sérios e ambiciosos". Ele ainda enfatizou: "Saudamos a decisão tomada, que operacionaliza o Fundo de Perdas e Danos. Saudamos os compromissos anunciados para começar a capitalizá-lo, mas observamos que ainda são insuficientes para as necessidades dos países em desenvolvimento".
"A ciência tem nos alertado repetidamente sobre as consequências catastróficas do aumento das temperaturas globais. Ignorar isso seria o erro mais caro da espécie humana".
O presidente cubano enfatizou que "reverter essa situação é uma tarefa para todos, mas somente as nações desenvolvidas estão em posição de alcançar as reduções mais ambiciosas em suas emissões e apoiar as ações do Sul com meios de implementação".
"No caminho percorrido desde a Conferência de Paris, os países em desenvolvimento impulsionaram muitas ações climáticas, mas faltou solidariedade e os compromissos dos países desenvolvidos não se materializaram de acordo com suas capacidades e responsabilidades históricas".
"Os países mais desenvolvidos continuam aumentando sua extração de combustíveis fósseis. Estão falando em dobrar a produção e o consumo de combustíveis fósseis até 2030. Essas realidades prejudicam seriamente a confiança que deve existir entre as nações. O direito da humanidade de existir deve estar no centro de nossas discussões.
Mais adiante, em suas observações, Díaz-Canel enfatizou que "a COP 28, que concluirá o Primeiro Balanço Global sobre a Implementação do Acordo de Paris, é uma oportunidade única para corrigir o curso dos esforços coletivos na luta contra as mudanças climáticas. Contem com a contribuição do Grupo dos 77+ China, que nosso país tem a honra de presidir".
"Embora Cuba contribua com menos de 0,1% das emissões globais, ratificamos nosso compromisso de implementar nossa Contribuição Nacionalmente Determinada e de avançar em uma Estratégia de Transição Energética para um modelo de desenvolvimento muito mais resiliente e de baixo carbono", acrescentou o Chefe de Estado.
"Faremos isso, apesar das restrições que nos impõe o bloqueio endurecido pelo governo dos EUA.
No final de seu discurso, o presidente cubano mencionou a Cúpula da Terra de 1992, na qual o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro Ruz, terminou alertando: "Amanhã será tarde demais para fazer o que deveríamos ter feito há muito tempo".
Diaz-Canel compartilhou um aviso oportuno: "O amanhã já é hoje, e o relógio está correndo". (Extraído do site da Presidência)