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Washington, 06 janeiro (RHC) A inclusão de Cuba na lista de patrocinadores do terrorismo é ainda mais insensível e injustificada hoje, quando Cuba está sofrendo a pior crise econômica de sua história contemporânea como resultado da política dos EUA.
Assim advertiu um artigo publicado no jornal The Hill, referindo-se à medida coercitiva reimposta há três anos pelo então presidente Donald Trump "como uma despedida poucos dias antes de deixar o cargo".
Trump incluiu Cuba na lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo (SSOT), o que desencadeou uma série de novas sanções contra a Ilha, sublinha o texto.
O autor do artigo disse que, no mês passado, os membros do Congresso ficaram furiosos ao saber que, apesar das garantias em contrário, o presidente Joe Biden nem sequer iniciou o processo de revisão da decisão. O articulista enfatizou que o bloqueio de mais de 60 anos contra Cuba e as sanções dos EUA privaram a economia da Ilha de mais de 130 bilhões de dólares.
Essa política também impediu o acesso a bens essenciais, como alimentos, combustível e medicamentos, minando sistematicamente os direitos humanos fundamentais do povo cubano.
Em 2014, explicou, o presidente Barack Obama rompeu com meio século de hostilidade sistemática e trouxe algum alívio para a economia cubana, incluindo a eliminação da designação SSOT (em 2015) que o presidente Ronald Reagan (1981-1989) tinha estabelecido durante a Guerra Fria.
Embora Trump tenha destruído esses avanços frágeis, muitos cubanos e norte-americanos viram a eleição de Biden como uma oportunidade de retornar ao caminho traçado por seu ex-companheiro de chapa, lembrou.
Mas, apesar das promessas de campanha, Biden provou ser mais Trump do que Obama, e a classificação SSOT é particularmente atroz, enfatizou.
A SSOT estende as restrições financeiras dos EUA em nível mundial, cortando o povo cubano do sistema financeiro global, considerou o autor do artigo intitulado "A inclusão de Cuba na lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo teve consequências prejudiciais".
Mas a designação SSOT não é apenas profundamente prejudicial, mas também infundada, afirma o colunista.
Altos funcionários dos governos democratas e republicanos descreveram o rótulo SSOT como "falso" e "absurdo". O ex-chefe de gabinete de Colin Powell o chamou de "uma ficção que criamos (...) para reforçar a justificativa do bloqueio".
No entanto, o governo Biden manteve a designação infundada de Trump. Não está claro o motivo.
E os democratas têm pouca justificativa estratégica para permitir que um pequeno grupo de linha-dura da Flórida mantenha suas decisões políticas como reféns.
Enquanto isso, quase todos os países do mundo se opõem ao bloqueio. Os líderes latino-americanos, em particular, criticaram a política dos EUA em relação a Cuba. É vista como uma manifestação da Doutrina Monroe de 200 anos.
A maioria dos eleitores, tanto democratas quanto republicanos, quer o fim do bloqueio. (Fonte: PL)