Acordo entre governo da Colômbia e o ELN
Havana, 06 fevereiro (RHC) As delegações do governo colombiano e do Exército de Libertação Nacional (ELN) assinaram hoje na capital cubana o acordo para estender o cessar-fogo bilateral, nacional e temporário pelos próximos 180 dias.
Durante o encerramento do VI Ciclo da Mesa de Diálogo de Paz, presidido pelo chanceler cubano, Bruno Rodríguez, as partes também anunciaram o compromisso do ELN de suspender unilateral e temporariamente as retenções econômicas.
De acordo com o acordo, esse compromisso será seguido pelo Mecanismo de Monitoramento e Verificação.
Asseguraram também que, para articular o acordo de cessar-fogo temporário, avançarão na resolução dos fatores críticos, que serão analisado no VII Ciclo a ser realizado em abril próximo.
Da mesma forma, estão sendo feitos progressos nos vários acordos parciais sobre a participação da sociedade no processo de paz e a ajuda humanitária em áreas críticas, que, juntamente com o cumprimento do cessar-fogo, exigem maiores esforços de implementação.
Para atingir esse objetivo, planejam criar um fundo com vários doadores (países garantes, países acompanhantes e as Nações Unidas) para apoiar o cumprimento desses acordos.
As partes concordaram em criar um observatório para analisar o paramilitarismo e suas implicações.
A chefe da delegação do Governo Nacional da Colômbia, Vera Grabe, agradeceu a Cuba por seu trabalho como Estado garante e às outras organizações e países que apóiam o processo de diálogo.
Ela assegurou que cada passo dado vale a pena e é importante, e que o processo aspira a alcançar a paz total.
Por sua vez, o chefe da delegação do ELN, Pablo Beltrán, lembrou que o processo de diálogo começou há 18 meses com o objetivo comum de reduzir a violência na Colômbia e gerar um modelo de participação para alcançar a paz nacional.
Comentou que de abril a maio esperam ter um plano de participação popular para ouvir todas as opiniões dos diferentes setores da sociedade sobre a construção da estabilidade.
Apesar das diferenças durante esse ciclo em Havana, disse, conseguiram chegar a um acordo sobre pontos fundamentais, como o cessar-fogo.
Em um mundo marcado por guerras e conflitos, o fato de que um país marcado pela violência por mais de 70 anos, como é o caso da Colômbia, tenha conseguido estabelecer um diálogo para resolver seus problemas, lança luz sobre a situação.
Representantes dos países garantes de Cuba, Reino da Noruega, Venezuela, Chile, Estados Unidos Mexicanos e Brasil participaram da assinatura do acordo. Além da Conferência Episcopal Colombiana e das Nações Unidas. (Fonte: PL)