Nações Unidas, 22 de abril (RHC) A vice-ministra cubana de Relações Exteriores, Anayansi Rodríguez, advertiu na segunda-feira sobre o atraso no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e pediu mais apoio aos países do Sul.

Durante o debate geral do Fórum de Financiamento para o Desenvolvimento das Nações Unidas, a representante lembrou as grandes necessidades não atendidas para o cumprimento da Agenda 2030 e da Agenda de Ação de Adis Abeba.

Esses objetivos não podem ser alcançados sem uma profunda reformulação da ordem econômica, financeira e comercial internacional injusta, antidemocrática, especulativa e excludente, que constitui um sistema de pilhagem e exploração, comentou.

Rodriguez também alertou sobre os níveis crescentes de endividamento, as restrições comerciais unilaterais e o aumento da desigualdade.

Em vista da próxima 4ª Conferência de Financiamento para o Desenvolvimento, a vice-ministra cubana pediu mais ações para uma reforma da arquitetura financeira internacional e um mecanismo multilateral para a renegociação de dívidas soberanas com a participação do Sul global.

Além disso, advogou por instrumentos que permitam aliviar e reestruturar a dívida em países afetados por desastres naturais ou choques macroeconômicos, juntamente com uma recapitalização significativa dos Bancos Multilaterais de Desenvolvimento.

A diplomata pediu promover a cooperação em ciência, tecnologia e inovação, contribuições da Cúpula do G77 realizada em Havana em 2023, e rejeitar a aplicação de medidas coercitivas unilaterais, incompatíveis com o direito internacional e a Carta da ONU, observou.

A reunião, que teve início na segunda-feira, está ocorrendo em um momento crítico para o planeta, com o objetivo de obter resultados concretos na área de financiamento para o desenvolvimento sustentável.

No discurso de abertura, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, avisou que as metas estabelecidas na Agenda 2030 estão por um fio e, com elas, as esperanças e os sonhos de bilhões de pessoas em todo o mundo.

"Agora é a hora de passar das palavras à ação e fornecer financiamento acessível e de longo prazo em escala", disse o alto representante, lembrando o compromisso de estimular os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com 500 milhões de dólares por ano. (PL)