Nações Unidas, 28 de junho (RHC) O secretário-geral da ONU, António Guterres, aprecia os esforços de Cuba nos processos de mediação, considerando contraditória sua presença contínua na lista de nações que supostamente patrocinam o terrorismo.
"Esse não é o tipo de comportamento que a gente esperaria de países acusados de serem patrocinadores do terrorismo", disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em resposta a uma pergunta da Prensa Latina.
O porta-voz elogiou o trabalho da nação caribenha em processos de mediação, especialmente seus esforços pela paz na Colômbia.
Cuba sediou importantes negociações para o Acordo de Paz alcançado em 2016 e as conversas em andamento entre o Exército de Libertação Nacional e o governo de Gustavo Petro.
A presença de Cuba na lista do Departamento de Estado dos EUA é considerada injusta por governos e grupos, inclusive nas Nações Unidas.
Em declaração conjunta recente, o Movimento Não Alinhado e o Grupo dos 77+ China pediram sua retirada da lista, que serve de pretexto para a imposição de medidas coercitivas unilaterais adicionais contra a Ilha.
Ambas as organizações pediram o cumprimento das 31 resoluções adotadas pela Assembleia Geral da ONU sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio contra Cuba e rejeitaram o impacto dessa política sobre os cubanos.
No final de maio, o Departamento de Estado confirmou a não inclusão de Cuba na lista de países que, segundo os EUA, não cooperam plenamente na luta contra o terrorismo.
No entanto, tanto a comunidade internacional quanto o governo cubano consideram a disposição insuficiente, pois não equivale à eliminação da lista de países patrocinadores do terrorismo, o que implica maiores limitações para o intercâmbio econômico e comercial do país caribenho.
"Os Estados Unidos deveriam fazer o que é correto e coerente com essa posição: retirar Cuba da lista arbitrária do Departamento de Estado e pôr fim às medidas econômicas coercitivas que a acompanham", escreveu o presidente Miguel Díaz-Canel em sua reação ao anúncio.
Cuba foi incluída pela primeira vez na lista de patrocinadores do terrorismo do Departamento de Estado durante o governo do presidente Ronald Reagan, em 1982.
Em 2015, o então presidente Barack Obama considerou que essa designação não tinha mérito no caso da Ilha e a removeu.
Quatro anos depois, Donald Trump tornou a incluir Cuba na lista alguns dias antes de deixar a Casa Branca. E seu sucessor democrata, Joe Biden, não mexeu no assunto apesar dos apelos para que retificasse essa postura em sua política em relação à nação caribenha. (Fonte: Prensa Latina)