Díaz-Canel em visita à região central de Cuba

Havana, 30 de junho (RHC) Ranchuelo é o quinto município de Cuba que o presidente do país, Miguel Díaz-Canel, visitou esta semana e o quinto na província este ano, como parte do sistema de trabalho da direção do Partido para manter contato permanente com o povo e inspecionar detalhadamente o trabalho realizado nos centros econômicos e sociais.

Levar a ciência ao campo é uma prioridade para os especialistas e trabalhadores do Instituto de Pesquisa da cana-de-açúcar (INICA) em Villa Clara, um centro científico que celebrará seu 40º aniversário em setembro próximo.

A instituição conta com sete doutores em ciências, dez mestres em ciências, vários especialistas que cursam mestrado e estudantes universitários que fazem seus estágios em projetos específicos desenvolvidos pela instituição, que devem acompanhar ao longo de suas carreiras até concluírem suas teses finais.

Díaz-Canel iniciou sua visita no INICA, onde destacou que se trata de um lugar inspirador, mas criticou que o enorme potencial de ciência e inovação lá existente não seja adequadamente explorado pela produção açucareira.

O doutor em ciências Irenaldo Delgado Mora, diretor da instituição, explicou que foram diversificadas por meio de técnicas biotecnológicas a obtenção de variedades de cana-de-açúcar resistentes às pragas e doenças que mais afetam a gramínea em Cuba, e a recuperação de variedades açucareiras como a Jaranú, para o bem das finanças do centro, para a produção de cana-de-açúcar e para o aperfeiçoamento permanente de seu pessoal científico.

O INICA em Villa Clara é a única instituição em AZCUBA que hoje conta com uma biofábrica para a promoção de sementes de cana-de-açúcar por meio dessas técnicas, uma força que também é usada para obter banana, flores, plantas proteicas, mudas de árvores como o cedro, entre outras espécies, em conjunto com centros de pesquisa da província, incluindo os da Biocubafarma.

O processo de diversificação não apenas financia as atividades do instituto, mas também possibilita levar os resultados da ciência e da tecnologia aos produtores, embora os resultados econômicos positivos ainda não tenham conseguido atingir níveis mais favoráveis.

O salário médio de seus mais de cem trabalhadores é pouco mais de quatro mil pesos, e o dos pesquisadores é pouco mais de seis mil, salários muito baixos para um centro científico que pode e oferece tanto em ciência e inovação.

Os resultados do INICA Villaclareño em variedades de cana-de-açúcar e outras vitroplantas devem ser explorados ainda mais por AZCUBA e pela agricultura, insistiu Díaz-Canel ao conversar com líderes de projetos de pesquisa. "Tudo o que foi alcançado aqui é importante, nada do que foi obtido aqui é descartável", enfatizou o presidente.

A fábrica de cigarros Ramiro Lavandero Cruz, uma das indústrias que há mais de um século é o centro da atividade econômica da cidade, foi o segundo ponto da visita de Díaz-Canel ao município, juntamente com Humberto Camilo Hernández, chefe do Departamento de Política de Quadros do Comitê Central; Osnay Miguel Colina Rodríguez, primeiro secretário do comitê provincial do partido em Villa Clara; Milaxy Yanet Sánchez Armas, governador da província, e as principais autoridades do município.

Momentaneamente parada, devido a dificuldades nas áreas de processamento final, a fábrica não interrompeu a preparação do fumo picado, pois a matéria-prima não faltou até agora neste ano.

Com mais de 300 trabalhadores, a maioria mulheres, a fábrica obteve lucros sustentáveis, a ponto de pagar uma média de 10.072 pesos por mês para cada trabalhador, um incentivo que permitiu que mantivessem um alto nível de estabilidade no emprego.

Populares, Criollos e Titanes são as marcas de cigarros que saem dessa fábrica emblemática, cujo "selo de origem".

As máquinas antigas do setor continuam funcionando graças às contribuições dos membros da ANIR, cujas inovações garantem que suas 20 máquinas de enrolar estejam sempre em funcionamento, com 18 em operação e duas de reserva.

O chefe de Estado cubano visitou cada parte de uma clássica construção industrial da fábrica de cigarros, cuja cadeia de produção começa no terceiro andar, onde a folha é preparada para o fumo picado, e termina no andar térreo, com as máquinas de enrolar. Em várias áreas, cumprimentou e conversou com os trabalhadores, a quem pediu que continuassem trabalhando para o bem deles mesmos, do município, da província e do país.

O 16º distrito do conselho popular de Ranchuelo-Jagua, uma comunidade em transformação, também foi visitado pelo chefe de Estado. Na Casa de Avôs, onde 25 homens e mulheres idosos do bairro são atendidos desde o início da manhã até o final da tarde, Díaz-Canel foi informado do trabalho que está sendo realizado em um distrito onde vivem mais de 200 idosos.

Era um bairro com dificuldades sociais e de infraestrutura; a revitalização permitiu restaurar a vitalidade e a estética dos dois armazéns, do consultório médico, do centro de saúde mental que o município tem aqui, entre outras ações materiais, mas o mais importante foi elevar a autoestima de seus habitantes e incorporá-los ativamente ao trabalho social.

As ações se estenderam à incorporação de mais de trinta jovens desligados dos estudos ou do trabalho; ao atendimento de vinte famílias vulneráveis, às quais foram doados recursos como lençóis, toalhas e utensílios domésticos; e a cinco mães solteiras com três ou mais filhos. Mas o mais importante, disse Daylin Elizabeth Machado García, delegada do distrito, é que a comunidade se uniu a tudo o que é feito aqui para o bem coletivo.

O dia de trabalho matinal do presidente em Villa Clara terminou com uma troca crítica com quadros do partido, líderes administrativos e outros líderes do município e da província.

O debate sobre os déficits orçamentários municipais foi amplo e, junto com eles, ou entre suas causas principais, a evasão fiscal por parte de agentes econômicos não estatais, os preços altos e o sistema bancário, que não avançou tanto quanto deveria, explicou Díaz-Canel quando, mais tarde, conversou com mais de cem moradores do município que o aguardavam no calçadão em frente ao comitê municipal do partido.

Informou aos presentes, que tinham analisado a produção de alimentos e como comercializá-los melhor e, assim, baixar os preços, o que exige - refletiu  - maior estocagem por parte do Estado. Também analisamos problemas com o abastecimento de água no município, estradas, moradias, produção de materiais de construção e outras questões que exigem a intervenção do município e da província, mas também de órgãos e organizações nacionais, explicou o presidente aos moradores presentes.

Agindo dessa forma, refletiu Díaz-Canel, podemos passar para outro momento, com a convicção de que podemos de fato avançar com nosso próprio esforço e nosso próprio talento, mas para isso temos de trabalhar, enfatizou.

(Extraído do site da Presidência)