Foto: Minsap
Havana, 08 de outubro (RHC) Em reunião de especialistas e cientistas em questões de saúde foram apresentados os primeiros resultados obtidos nas pesquisas virológicas do Oropouche realizadas no país desde os primeiros casos detectados em maio deste ano.
A vigilância integrada da dengue permitiu identificar rapidamente a introdução desse novo arbovírus emergente no território nacional e adotar imediatamente as medidas relevantes para iniciar seu estudo, prevenção e controle.
Os primeiros surtos de febre de Oropouche em Cuba ocorreram em Santiago de Cuba e Cienfuegos. Com base no estudo realizado pelo Instituto de Medicina Tropical "Pedro Kourí" (IPK), os primeiros pacientes foram confirmados nessas províncias.
As pesquisas realizadas desde então nesse prestigioso centro cubano, com base nos primeiros dados clínico-epidemiológicos de pacientes com infecção confirmada, permitiram conhecer melhor as particularidades do vírus e adotar medidas mais eficazes para o tratamento dos pacientes.
Cuba tem pessoal treinado, bem como capacidade diagnóstica e tecnológica para a detecção rápida do vírus, do qual já foram diagnosticados casos em todo o país. A caracterização genética do patógeno identificado no território nacional sugeriu que era muito semelhante ao que circula no Brasil desde 2023.
A partir das avaliações realizadas, foi possível detectar o vírus em amostras clínicas de soro, urina e líquido cefalorraquidiano. Em alguns pacientes, foi possível confirmar o diagnóstico mesmo um mês após o início dos sintomas.
Esses e outros resultados obtidos por nossos profissionais foram compartilhados com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e com a comunidade científica internacional, o que serve de base para ampliar o conhecimento sobre a doença.
O cenário epidemiológico que o mundo tem vivido nas últimas décadas é extremamente complexo, com o surgimento e reaparecimento de arbovírus, que causam danos significativos à saúde global.
O Oropouche, em particular, causou mais de 30 epidemias nos últimos 60 anos, resultando na confirmação de meio milhão de casos, principalmente na região amazônica. Atualmente, estima-se que cerca de cinco milhões de pessoas estejam em risco de infecção, devido à fácil disseminação do agente causador do contágio por meio de vetores.
(Fonte: Cubadebate)