Foto: @BrunoRguezP
Kazan, Rússia, 24 de outubro (RHC) O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou na quinta-feira que os países membros do BRICS representam uma verdadeira esperança para as nações do Sul.
Em seu discurso na sessão plenária do formato ampliado da 16ª Cúpula do BRICS+, realizada na cidade russa de Kazan, o ministro das Relações Exteriores reconheceu o peso político, econômico e demográfico do bloco na atual era de consolidação da nova ordem mundial multipolar.
"Os BRICS emergiram como um ator fundamental de crescente relevância, autoridade e liderança no cenário geopolítico global e uma esperança real para os países do Sul em seu complexo caminho para alcançar uma ordem internacional mais justa, democrática, equitativa e sustentável", destacou.
Rejeitamos categoricamente qualquer tentativa de impor o que tem sido chamado de ordem internacional "baseada em regras", uma alternativa ao direito internacional, em cujas normas e princípios as relações internacionais se baseiam, enfatizou Rodríguez.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba argumentou que a nação caribenha aprecia a contribuição do grupo no caminho para a reforma urgente e profunda do sistema financeiro internacional, obsoleto, injusto, especulativo e excludente.
Bruno Rodríguez reconheceu que o Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS está desempenhando um papel cada vez mais decisivo como alternativa importante para que as nações do Sul tenham acesso a recursos financeiros em termos mais justos.
"Ao lançar o mecanismo de reserva de moedas estrangeiras de base ampla e o estabelecimento de linhas de crédito em moedas locais, BRICS está contribuindo para a formação de uma arquitetura financeira internacional nova, necessária e inclusiva", acrescentou.
Nesse sentido, garantiu que a extensão dos mecanismos da aliança a outros países contribuiria para aliviar os efeitos do atual sistema monetário internacional injusto e desequilibrado.
Da mesma forma, Rodríguez falou que a extensão dos conceitos financeiros do BRICS ajudaria a reduzir a influência do dólar americano, "frequentemente usado como um instrumento de pressão que tem um impacto muito negativo na qualidade de vida de muitos de nossos povos".
O ministro das Relações Exteriores reiterou que Cuba compartilha pontos de vista semelhantes aos expressos na declaração da 16ª Cúpula do BRICS em Kazan, bem como os contidos no Comunicado Conjunto dos Ministros das Relações Exteriores de junho de 2024.
Rodríguez confirmou a disposição de Havana de buscar não só cooperação e benefícios mútuos, mas também de aderir, conforme se solicitou formalmente à Federação Russa em sua capacidade de presidente pro tempore do grupo, como um País Parceiro, para o qual espera contar com o apoio de todos os Estados membros.
O Ministro das Relações Exteriores disse que, nessa reunião, seu país também veio compartilhar e disponibilizar aos presentes suas experiências e resultados em várias áreas, como a indústria biomédica-farmacêutica, saúde, educação, ciência e inovação.
"Considerada a Chave do Golfo, devido à sua posição estratégica no Mar do Caribe, Cuba pode facilitar o acesso dos países do BRICS a importantes mercados da América Latina e do Caribe e estabelecer parcerias estratégicas para o benefício de nossos países", enfatizou. (PL)