Todos los meses, em média, serão sincronizados cinco parques solares fotovoltaicos. Foto: Julio Martínez Molina
Havana, 18 dezembro (RHC) A implementação dos projetos do governo voltados para a recuperação do Sistema Elétrico Nacional (SEN), a produção de petróleo, gás e níquel, bem como o progresso nos investimentos relacionados aos parques fotovoltaicos, aumentarão a produção de eletricidade no país em 2025, com um peso fundamental no uso de fontes de energia renováveis.
O ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy, explicou à Comissão de Indústria, Construção e Energia da Assembleia Nacional do Poder Popular que, em fevereiro, serão incorporados dois parques solares fotovoltaicos, aos quais se somarão outros seis em março.
"Todos os meses vamos sincronizar, em média, cinco parques solares fotovoltaicos. Se multiplicarmos isso pela potência de cada parque, de 21 megawatts (MW), no primeiro semestre haverá cerca de 590 MW sincronizados e no segundo semestre 612 MW, o que totaliza 1.202 MW", explicou o ministro do setor.
Quanto aos apagões, explicou que "vão diminuir ostensivamente, de forma gradual", e espera-se começar 2026 com recuperação significativa que permitirá continuar avançando.
Da mesma forma, se referiu à produção de gás na faixa norte, destinada à geração de eletricidade. Como parte dessa estratégia, a Energás vem aumentando sua produção, que deverá subir no próximo ano.
O ministro alertou que o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos EUA continua sendo a principal dificuldade para o desenvolvimento e a manutenção do SEN. Entre os principais obstáculos dos últimos tempos estão a perda de assistência técnica estrangeira, o cancelamento de contratos e a impossibilidade de realizar operações financeiras.
COMPLEXIDADES E PERSPECTIVAS
Em 2023, lembrou De la O Levy, instalações como os motores de óleo combustível em Mariel e Moa foram recuperadas, com 300 megawatts entre ambas; a unidade número seis da usina termelétrica de Mariel foi concluída, com capacidade para fornecer 100 megawatts, e outros 320 megawatts foram incorporados por meio de geração móvel. No entanto, no final daquele ano, ocorreu a perda do fornecimento estável de diferentes tipos de combustíveis.
As limitações das unidades térmicas em relação às suas possibilidades originais chegaram a ultrapassar 400 megawatts.
A perda, nos últimos anos, de cinco usinas, tanto por tempo indeterminado quanto por um período prolongado, subtrai outros 615 megawatts de energia, acrescentou.
As unidades de geração distribuída movidas a óleo combustível estão diminuindo devido à interrupção das linhas de crédito para apoiá-las. Com exceção dos 100 megawatts adicionados em 2023, graças a uma doação da República Bolivariana da Venezuela, a disponibilidade está abaixo de um terço do total.
Esse número, para os motores diesel, equivale a 36% porque, em média, desde 2020, eles vêm diminuindo a um ritmo de 100 por ano, devido à falta de crédito e à superexploração: das quatro horas diárias recomendadas, o uso muitas vezes se estende por dias inteiros. Entre os dois tipos de motores, eles geram 500 dos 3.000 megawatts previstos.
Hoje, apenas três das oito usinas flutuantes persistem, com uma contribuição de 337 megawatts, em decorrência da impossibilidade de cumprir os compromissos de pagamento devido à falta de moeda estrangeira. Em contrapartida, o gás acompanhante crescerá a partir de 2021, com a perfuração de vários poços e a conclusão das capacidades da usina de Boca de Jaruco, que atenderá 80.000 famílias, disse o ministro.
No primeiro semestre de 2025, chegarão 30.000 sistemas fotovoltaicos com armazenamento. Os sistemas fotovoltaicos para uso doméstico não estão sujeitos a impostos e seu preço baixou significativamente.
Sobre o uso racional da energia, destaca-se a entrada em vigor do Decreto 110 de 2024, com o estabelecimento de um programa quinquenal para o desenvolvimento de fontes renováveis (fre) e a obtenção de altos níveis de autonomia e eficiência em cada centro.
Para os grandes consumidores, exige cobrir 50% de seu consumo no horário de pico com energia de fontes renováveis. Foram identificadas as 50 entidades não estatais que mais consomem em cada província e as 20 principais em cada município de Havana, em um total de 1.050 em todo o país, disse o ministro. (Fonte: jornal Granma)