Havana, 20 de julho (RHC).- Cuba e os EUA restabeleceram nesta segunda-feira suas relações diplomáticas, interrompidas desde o começo da década de 1960.

Foi içada a bandeira cubana na outrora Seção de Interesses em Washington, hoje transformada em embaixada, bem como no Departamento de Estado norte-americano.

No ato de reabertura da sede diplomática, o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, reiterou a disposição política de avançar rumo a uma convivência civilizada que favoreça à solução dos problemas bilaterais com os EUA. Disse que esse processo decorrerá através do diálogo baseado no respeito mútuo e a igualdade soberana, promovendo a colaboração e o desenvolvimento de laços vantajosos para ambas as partes.

O chanceler cubano disse que a bandeira que hoje tremula novamente nesse lugar encarna o sangue derramado, o sacrifício e a longa luta do povo pela independência nacional e a autodeterminação, diante dos mais graves desafios e perigos.

Rodríguez invocou a memória do Herói Nacional, José Martí, que advertiu para o afã de dominação dos EUA na região, e destacou a liderança de Fidel Castro e a lealdade a suas ideias. Sublinhou que o ato desta segunda-feira foi possível graças à vontade inabalável, unidade, sacrifício, abnegação, resistência heroica e trabalho do povo de Cuba, além da força da nação e a cultura do país.

Mais adiante, o chanceler cubano apontou que só a eliminação do bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos EUA há mais de cinco décadas, a devolução do território ocupado pela Base de Guantánamo e o respeito à soberania de Cuba darão sentido a este fato histórico.

Rodríguez transmitiu o reconhecimento e respeito do governo cubano ao presidente dos EUA, Barack Obama, por seu chamamento ao Congresso para suspender o bloqueio e pela mudança de política anunciada.

A cerimônia oficial na sede diplomática dos EUA em Havana será realizada nas próximas semanas, quando viajará a esta capital o Secretário de Estado, John Kerry. O início do processo de reatamento das relações tinha sido anunciado em dezembro passado pelos presidentes Raúl Castro e Barack Obama.