Havana, 12 de outubro (RHC).- A América Latina tem o maior índice de cesarianas do mundo: 44,3% dos partos, quando se considera que somente 10 a 15% teriam necessidade dessa cirurgia por motivos médicos.
O estudo levou em conta as estatísticas da OMS – Organização Mundial da Saúde e do UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância, e foi publicado nesta sexta-feira na revista “Lancet”. De 2000 a 2015 o número de cesarianas praticamente dobrou em termos globais.
“Isso é um problema, por causa dos riscos associados à mãe e ao bebê”, afirmou Marleen Temmermann, coordenadora da pesquisa da Universidade de Gante, na Bélgica, e da Universidade Aga Khan, do Quênia. Na América do Norte o índice desse tipo de cirurgia é de 32%, e na Europa Ocidental 26,9%. Na África Subsaariana é de apenas 4,1%.
A República Dominicana é a líder mundial em cesarianas, com 58,1% dos partos, seguida pelo Brasil com 55,5%. A Venezuela tem 52,4%, o Chile 46% e a Colômbia 45,9%. Entre as causas dessa “epidemia” estão a comodidade de marcar o dia do nascimento, maiores lucros para as clínicas e os médicos, e não ter de sofrer as dores do parto natural. No caso do Brasil, a maioria das cesarianas é feita em mulheres com gravidez de baixo risco e com maior nível de renda e de educação, segundo indica a matéria publicada na revista “Lancet”.