As 10 notícias internacionais em 2021

Editado por Irene Fait
2021-12-31 16:26:04

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Imagen / RHC / Maite González

As 10 notícias que marcaram o cenário internacional em 2021.

1.- Forças progressistas triunfaram em eleições realizadas no Chile, Honduras, Peru e Venezuela.

Gabriel Boric será o novo presidente do Chile após derrotar com ampla vantagem o candidato da extrema-direita José AntonioKast. Boric, da coalização progressista Aprovo Dignidade, terá 36 anos de idade quando assumir a chefia do Estado em março, tornando-se o mais jovem em ocupar o posto na história da nação sul-americana.

Assim, as portas do Palácio de La Moneda se abrirão a uma geração muito jovem, forjada ao calor das reivindicações sociais dos protestos de 2011 e 2019 contra as políticas neoliberais.

Por coincidência nos calendários eleitorais, Honduras e Venezuela foram às urnas em novembro passado.

Xiomara Castro, do partido hondurenho Libre – Liberdade e Refundação – ganhou o pleito, e será a primeira mulher em governar o país centro-americano. Assim, colocará ponto final a 12 anos de governos conservadores.

A líder política teve uma vitória contundente em 28 de novembro passado. Levou vantagem em 17 dos 18 departamentos, numa jornada em que a participação de 68% dos votantes cadastrados foi considerada histórica.

Mais ao sul do continente, o PSUV – Partido Socialista Unido da Venezuela mostrou sua força nas eleições regionais e municipais do dia 21 desse mês. Seus candidatos a governador foram os mais votados em 19 dos 23 estados, além de Caracas, a capital. Também, vai assumir 205 das 335 prefeituras em disputa. Isso apesar do forte impacto das sanções impostas pelos EUA, que dificultam a vida cotidiana da população e a economia nacional.

No Peru, após uma agônica recontagem dos votos do segundo turno realizado em seis de junho, e de semanas de impugnações e batalha legal, o Júri Nacional de Eleições declarou ganhador o candidato de Peru Livre, Pedro Castillo, de esquerda.

Essa foi uma vitória política dos segmentos progressistas e coletivos populares, que agora exigem da direita que deixe governar o mandatário.

2.- Saída fatídica dos EUA do Afeganistão

Em meio ao caos e à angústia no aeroporto de Cabul, as tropas de ocupação estadunidenses saíram precipitadamente do território do Afeganistão em 15 de agosto. Atrás, deixaram milhares de seguidores e colaboradores locais abandonados à sua sorte.

O secretário de Estado norte-americano, Anthony Blinken, admitiu que apesar de o governo ter se preparado para os piores cenários, nenhum informe de inteligência prognosticara o que aconteceu. Referia-se a que as autoridades e o exército afegãos, capacitados e treinados por Washington, desmoronaram e simplesmente entregaram o poder aos talibãs em apenas duas semanas.

Duas décadas depois da invasão, ficou evidente o fracasso do experimento estadunidense de impor nessa nação centro-asiática os padrões de Ocidente.

3.- Rebelião dos “trumpistas” sacudiu o Capitólio de Washington

Uma multidão de seguidores fanáticos de Donald Trump invadiu o Capitólio de Washington, nos EUA, em seis de janeiro passado. Eles queriam obrigar o Congresso a desestimar a derrota nas urnas do então Presidente.

A polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e mandou evacuar o prédio em meio à confusão gerada pela presença dos revoltosos nos corredores e escritórios dos legisladores, que nesse instante estavam no plenário tentando certificar a vitória de Joe Biden, do partido Democrata.

O caos na sede do Congresso dos EUA ocorreu após Trump ter acirrado as tensões repetindo seus argumentos sem base alguma em torno de que houve fraude nas eleições para favorecer seu rival democrata.

4.- Assassinato do Presidente no Haiti devastado

O presidente do Haiti, JovenelMoise, foi assassinado em sua residência em Porto Príncipe, em sete de julho, por um comando integrado por 48 pessoas. No grupo estavam 18 mercenários colombianos e dois estadunidenses de origem haitiana, presos após uma conturbada investigação.

Contudo, até hoje não se sabe com certeza o que aconteceu nem os bastidores do crime. Nesse contexto, o primeiro-ministro Ariel Henry pediu a ajuda da ONU.

O país está devastado, entre outros fatores pela guerra entre gangues que a polícia não consegue controlar, e a emigração constante de seus habitantes onze anos depois do terremoto que destruiu boa parte dos imóveis e da infraestrutura.

5.- Armas contra os protestos na Colômbia

O Comitê da Paralisação Nacional na Colômbia iniciou, em 28 de abril passado, uma série de protestos, que alcançaram o ponto mais álgido nos dois meses seguintes. Os manifestantes exigiam a instauração de uma renda básica, fortalecimento do sistema de saúde pública, empregos formais para lidar com a pandemia, apoio econômico às pequenas empresas e geração de fontes de trabalho.

O informe final da missão SOS Colômbia, integrada por 12 países, considerou que as forças de segurança aplicaram 11 estratégias de tratamento de guerra em resposta aos protestos.

O Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos indicou que durante os incidentes de dezembro passado houve 46 mortos, 28 deles aparentemente vítimas da ação policial.

Em 2021, foram registrados na Colômbia mais de 90 massacres, e assassinados cerca de 165 líderes sociais.

6.- Rússia denuncia avanço da OTAN rumo a suas fronteiras

A tensão permanente entre a Rússia e a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte elevou-se a novos patamares em meio às denúncias de Moscou sobre o avanço do bloco militar rumo a suas fronteiras.

Entre as potenciais adesões ao pacto está a da Ucrânia, que mantém uma política abertamente hostil em relação à Rússia, que considera de alto risco essa eventual incorporação.

Utilizando um discurso agressivo contra o governo russo, os EUA exacerbam os ânimos ao arvorarem a hipótese de supostos ataques iminentes ao território ucraniano, o que tem sido negado com firmeza pelo Kremlin.

7.- Motim nos cárceres e incertezas em cidades do Equador

O Equador vivencia uma crise de segurança, espelhada em várias chacinas em centros penitenciários e nos enfrentamentos armados entre gangues criminosas, além da escalada de violência em várias cidades.

Em 2021, 327 detentos vieram a óbito dentro dos cárceres. No ano anterior, o número de mortes violentas nessas instalações foi de 52. Cabe destacar que a capacidade nas penitenciárias equatorianas é de 30 mil pessoas, no entanto, ali estão confinadas mais de 38 mil.

8.- Agressões israelenses contra a Faixa de Gaza e Jerusalém Leste

Em 21 de maio passado entrou em vigor uma trégua que conteve um violento ataque de Israel contra a Faixa de Gaza, território palestino ocupado. Os bombardeios da aviação deixaram saldo de 243 civis palestinos mortos, inclusas 66 crianças, e a destruição de imóveis residenciais.

A agressão foi desencadeada depois das ações do grupo Hamas em solidariedade a fiéis palestinos reprimidos pelas forças policiais de Telavive na Esplanada das Mesquitas. Esse é considerado o terceiro lugar sagrado mais importante do islã em Jerusalém Leste, o setor palestino da Cidade Santa ocupado por Israel.

9.- A jovem República de Barbados

A ilha caribenha de Barbados abriu um novo capítulo de sua história ao romper os laços com a Coroa britânica e declarar-se República. A então governadora geral, Sandra Mason, foi a primeira ocupante da Presidência.

Coincidindo com o aniversário 55 de sua independência, Barbados deixou para trás, em 30 de novembro, seu status de monarquia constitucional com Parlamento, e colocou ponto final a seu passado colonial.

10.- Nova variante obscurece luta contra a Covid-19

A pandemia da Covid-19 continuou se expandindo pelo mundo afora, atingindo 192 países e territórios. O início das campanhas de vacinação contribuiu a baixar o número de casos positivos e óbitos, menos em nações com baixo índice de imunização da população.

O número de óbitos chegou a 5,2 milhões em termos globais, e quando alguns pensavam que o assunto estava prestes a ser resolvido, uma nova variante – a ômicron – surgiu como balde de água fria, mostrando que o risco ainda não tinha passado.

A primeira em detectar a presença do novo tipo do Sars-Cov2 foi a África do Sul. Imediatamente, o sinal de alerta foi acesso no mundo todo, levando à volta de medidas que já tinham sido suspensas em muitos países.

Os europeus viram com preocupação o retorno de restrições como a obrigação de usar máscaras em lugares ao ar livre na presença de público, confinamentos parciais e a suspensão de atividades que geram aglomeração ou difíceis de controlar do ponto de vista sanitário. Tudo isso em meio a manifestações de movimentos contra as vacinas.

 

 

 



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