Lula recebe Maduro

Brasília, 29 maio (RHC).- O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje o bloqueio económico contra a Venezuela, promovido pelos Estados Unidos, em declaração conjunta com seu homólogo Nicolás Maduro, que participará terça-feira de uma reunião de cúpula sul-americana em Brasília.

Após dois encontros oficiais, Lula questionou fortemente o bloqueio, que considerou ser a causa da falta de dólares em Caracas.

Maduro não tem dólares para pagar as suas importações. A culpa é dele? Não. A culpa é dos Estados Unidos, que impuseram um bloqueio extremamente exagerado. Eu sempre acho que um bloqueio é pior do que uma guerra”, disse o ex-líder operário.

Afirmou que “na guerra, normalmente, o soldado que está em combate morre. Mas o bloqueio mata crianças. Mata mulheres, mata pessoas que não têm nada a ver com a disputa ideológica em causa”.

Ainda no comunicado, Lula destacou que a visita de Maduro ao país é um ‘momento histórico’, e que o Brasil recuperou o direito de fazer ‘política com seriedade’ ao abrir um canal de diálogo com a Venezuela.

‘Queria dizer aos meus amigos do Brasil, à imprensa brasileira, a alegria deste momento histórico que estamos vivendo agora… A Venezuela sempre foi um parceiro e, por incompreensões, o presidente Maduro passou oito anos sem vir ao Brasil, e o Brasil sem ir à Venezuela’, admitiu.

Por sua vez, Maduro agradeceu o convite do presidente brasileiro e também elogiou o encontro, que descreveu como o início de uma “nova era” para o país na região.

Hoje abre-se uma nova era e temos diante de nós a construção de um novo mapa de cooperação conjunta que pode abranger todos os domínios da economia, do comércio, da educação, da saúde, da cultura, da agricultura”, disse.

Insistiu que as portas da Venezuela estão abertas aos empresários brasileiros e “prontas para retomarmos as nossas relações”.

A presença de Maduro em território nacional não era permitida desde agosto de 2019, quando uma ordem do então presidente Jair Bolsonaro proibiu a entrada do líder venezuelano e de outras autoridades da nação vizinha no Brasil. (Fonte: PL)