Lula adverte sobre catástrofe humanitaria no Oriente Médio
Brasília, 21 novembro (RHC) O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, advertiu hoje no Brics sobre uma catástrofe humanitária no Oriente Médio, onde pessoas inocentes estão pagando o preço pela loucura da guerra.
"O alto número de mortos - mais de 12 mil pessoas, incluindo 5 mil crianças - nos causa grande consternação", disse Lula na cúpula virtual extraordinária do Brics, grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Ele ressaltou que, por causa do conflito israelense-palestino, "ainda há 29.000 feridos e 3.750 desaparecidos, muitos dos quais são crianças".
Como disse o secretário-geral da ONU, António Guterrez, a Faixa de Gaza "está se tornando um cemitério de crianças", assinalou.
Além disso, pelo menos 1,6 milhão de pessoas - cerca de 70% da população de Gaza - foram forçadas a fugir de suas casas sem perspectiva de retorno, comentou Lula.
"Também estamos perplexos com o fato de mais de cem membros da equipe da ONU já terem perdido suas vidas", lamentou.
Em sua fala, Lula agradeceu ao presidente sul-africano Cyril Ramaphosa pela iniciativa de convocar esta reunião extraordinária para tratar da situação de emergência em Gaza.
E aproveitou a oportunidade para saudar a presença dos representantes dos países convidados a integrar o Brics, como Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã.
Lula garantiu que, desde o início do atual conflito entre Israel e Palestina, teve a oportunidade de conversar bilateralmente com praticamente todos os líderes reunidos nesta terça-feira.
Lembrou que o Brasil condenou veementemente os ataques da ala militar do movimento Hamas no dia 7 de outubro e que três brasileiros foram vítimas desses episódios.
"Em várias ocasiões, reiteramos o apelo pela libertação imediata e incondicional de todos os reféns", disse ele.
Contudo, denunciou, "tais atos bárbaros não justificam o uso indiscriminado e desproporcional da força contra civis".
O presidente afirmou que, ao presidir o Conselho de Segurança da ONU em outubro, "o Brasil não poupou esforços em favor do tratamento da emergência humanitária, da contenção da atual escalada e da retomada de uma solução duradoura para o conflito".
Os países do Brics realizam hoje uma reunião extraordinária para discutir a atual situação no Oriente Médio, definida pela escalada da violência no conflito israelense-palestino. (Fonte: PL)