PL

Nações Unidas, 08 de julho (RHC) A Organização das Nações Unidas (ONU) abre na segunda-feira seu fórum político de alto nível sobre desenvolvimento sustentável, a plataforma central do órgão para o acompanhamento e revisão da Agenda 2030.

O evento, que se estenderá até o dia 12 deste mês, coincide com o alerta emitido sobre o lento cumprimento das metas estabelecidas pelas Nações Unidas para 2030.

O relatório mais recente sobre a situação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável confirma pouco progresso em áreas como paridade de acesso à educação para meninas e oportunidades de emprego e liderança para mulheres; acesso à internet ou diminuição das taxas de HIV.

O relatório reconhece as conquistas de novas vacinas contra a malária e o crescimento das energias renováveis, que respondem por 30% do fornecimento de eletricidade no mundo.

No entanto, é alarmante o fato de que mais 23 milhões de pessoas fossem empurradas para a pobreza extrema e mais de 100 milhões passassem fome em 2022 em comparação com 2019.

Isso é agravado por um número maior de mortes de civis em conflitos armados, bem como pelo aumento dramático das temperaturas em 2023, o ano mais quente já registrado, com temperaturas altas recordes também nos oceanos.

"Nosso fracasso em garantir a paz, enfrentar as mudanças climáticas e promover o financiamento internacional está prejudicando o desenvolvimento", disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, enfatizando a necessidade de acelerar o ritmo.

Que tantas pessoas não possam satisfazer suas necessidades básicas é ultrajante e imperdoável em um mundo de riqueza, conhecimento e tecnologia sem precedentes, acrescentou.

Outros dados mostram que a dívida externa atingiu níveis sem precedentes nos países em desenvolvimento, enquanto 60% das nações de baixa renda correm o risco de sobrecarga de dívida ou já estão passando por isso, o que limita sua capacidade de financiar ações climáticas.

De acordo com o relatório, pela primeira vez neste século, o crescimento do PIB per capita em metade das nações mais vulneráveis do mundo é mais lento do que nas economias avançadas e apenas 58% dos estudantes em todo o mundo atingem um nível mínimo de proficiência em leitura até o final do ensino fundamental.

"Não devemos renunciar a nossas promessas: acabar com a pobreza, proteger o planeta e não deixar ninguém atrás", disse o chefe da ONU. (Fonte: PL)