As 10 notícias internacionais mais importantes de 2014

Editado por Juan Leandro
2014-12-31 13:52:44

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Voltaram os ares da Guerra Fria

O confronto político atiçado pelas potências ocidentais contra a Rússia sob o pretexto da postura assumida pelo governo dessa nação em torno do conflito na Ucrânia chegou a níveis que fizeram lembrar a época da chamada Guerra Fria.

Em 22 de fevereiro passado, o então presidente ucraniano, Victor Yanukovich, foi derrubado em meio a fortes protestos, a partir da ajuda aberta dos EUA e de seus aliados europeus aos segmentos de direita e grupos fascistas desse país.

A euforia ultranacionalista e antirrussa abriu o caminho à formação de um governo provisório, sem credibilidade, porque surgiu da derrubada violenta das autoridades estabelecidas com saldo de dezenas de mortos, com a anuência da OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Em meio a essa convulsão, os habitantes da Crimeia aprovaram a integração desse território à Rússia. Esse foi o resultado do referendo de 16 de março. Antes, tinham se negado a reconhecer o governo instalado em Kiev.

Postura semelhante foi adotada pelos moradores das regiões de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia, que se autoproclamaram repúblicas independentes. Logo, o exército ucraniano iniciou operações militares para recuperar seu domínio nessas localidades.

Nesse contexto, os EUA e seus aliados lançaram uma campanha agressiva contra a Rússia, acusando-a de apoiar os separatistas. Foram aplicadas sanções diplomáticas e econômicas.

Em 25 de maio, o magnata ucraniano Petro Poroshenko ganhou as eleições presidenciais. O resultado foi reconhecido pelo governo russo. Mesmo assim, se mantém uma relação tensa entre as duas nações.

Ao assumir o posto, Poroshenko garantiu que ia recuperar a Crimeia e se opor à federalização do país. Ao longo de 2014, foram assinados dois acordos de cessar-fogo entre o Exército e os rebeldes da região do Donbass, porém, houve múltiplas violações dos compromissos.

A violência na Ucrânia deixou mais de 4.000 mortos e 466 mil deslocados de seus lugares de origem, a maioria refugiados no território russo. Aliás, as autoridades de Moscou enviaram vários comboios com ajuda humanitária às localidades em conflito.

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Operação de extermínio de Israel na Faixa de Gaza

Em sua visita à Faixa de Gaza, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, conferiu a magnitude dos estragos causados por Israel ao longo de 50 dias de operações militares. Os ataques foram realizados sob o pretexto de retaliar o lançamento de foguetes desde esse território.

A agressão do regime sionista, desproporcionada e brutal, decorreu em julho e agosto. Mais de 2.100 palestinos morreram, a maioria crianças, mulheres e idosos, e foram destruídos cerca de 7.000 prédios e casas.

Comovida pelo massacre, a comunidade internacional reagiu. Num encontro no Egito, foram arrecadados 5,4 bilhões de dólares para reconstruir a localidade, onde a pobreza atinge 40% da população palestina, acossada pelo bloqueio israelense.

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Ebola: emergência global de saúde pública

Em junho passado, a OMS, Organização Mundial da Saúde, decretou uma emergência de alcance global por causa da epidemia de ebola desencadeada na África Ocidental.

Essa entidade da Organização das Nações Unidas considerou que as autoridades da Libéria, Serra Leoa e Guiné não podiam enfrentar o problema sozinhas, e chamou a comunidade internacional a dar o apoio necessário.

O ebola é um vírus de altíssima letalidade. Ocasiona febre, sangramentos, vômitos e diarreia, e até hoje não foi descoberta uma vacina nem um tratamento eficaz.

Cuba esteve na vanguarda dos países que responderam ao apelo da OMS. Imediatamente, enviou uma brigada com 256 médicos e enfermeiros às três nações mais afetadas. O grupo tem experiência no enfrentamento a epidemias e desastres naturais. Também foram organizados, em Havana, cursos internacionais para capacitar o pessoal encarregado de tratar eventuais casos de ebola.

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Vandalismo da extrema direita na Venezuela

Grupos violentos de extrema-direita protagonizaram uma onda de ataques, atentados e ações de vandalismo na Venezuela em fevereiro passado. O propósito era derrubar o governo constitucional, eleito através de votação popular.

As autoridades qualificaram os fatos como uma ação de grupelhos fascistas, que não passavam de 2.000 pessoas.

Em matéria publicada no diário norte-americano “The New York Times”, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que os EUA se alinharam ao “1% da população que quer arrastar o país à época em que o outro 99% não tinha espaço na vida política”.

Maduro indicou que os manifestantes tinham sido diretamente responsáveis de pelo menos a metade das 46 mortes registradas durante as badernas.

Graças à participação dos órgãos de inteligência e do Ministério Público, junto com a enérgica resposta judicial, as autoridades venezuelanas conseguiram frear os planos de desestabilização da direita.

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Extremistas querem apagar as fronteiras entre o Iraque e a Síria

Desde a tomada da cidade iraquiana de Mosul, em nove de junho passado, o chamado Estado Islâmico assumiu o controle de grandes extensões nesse país e na Síria, utilizando métodos de terror medievais.

Diante da situação os EUA e seus aliados na Europa e no Oriente Médio decidiram combater o grupo. Mesmo assim, a mídia internacional mostrou como o senador norte-americano John McCain tinha se reunido com os terroristas em seu afã de derrubar o presidente sírio, Bashar Al Assad.

A organização extremista surgiu em 2006, integrada por bandos radicais. No final de junho passado, anunciou a criação de um califado nos territórios conquistados no Iraque e na Síria. Abu Bakr Al-Baghdadi se autoproclamou “líder de todos os muçulmanos”.

A situação explosiva na região, por causa do avanço do Estado Islâmico, tem sua origem na injustificável intervenção dos EUA e da OTAN nessa área geográfica. Eles são os verdadeiros responsáveis do caos e da fragmentação atual.

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Sociedade mexicana exige o fim da impunidade

A sociedade mexicana ficou abalada ao tomar conhecimento do desaparecimento de 43 estudantes de uma escola formadora de professores rurais no estado de Guerrero. Os jovens matriculados nesses centros se caracterizam por sua luta contra as injustiças.

Em 26 de setembro passado, a polícia de Iguala reprimiu alunos dessa escola, cumprindo ordens do prefeito José Luis Abarca, que não queria distúrbios num ato público de sua esposa, irmã de conhecidos narcotraficantes.

Nessa ação morreram seis pessoas. Logo depois, 43 estudantes foram entregues pela polícia a sicários do cartel de traficantes Guerreros Unidos, segundo confessaram três dos detidos durante as investigações.

Em oito de dezembro, a Procuradoria mexicana confirmou a descoberta dos restos calcinados de um dos jovens num lixão, identificados através de testes de DNA.

O crime foi considerado um dos mais graves da história recente na América Latina, e gerou uma onda de indignação popular. Os manifestantes exigem do governo esclarecer os fatos e punir os responsáveis.

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Presidentes com plataformas populares ganham eleições na América Latina

Após acirrada campanha política na qual foi vítima até de ataques pessoais, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, se reelegeu no segundo turno disputado em 26 de outubro passado. A diferença de votos com seu rival Aécio Neves foi de pouco mais de 3%.

O triunfo de Dilma e do Partido dos Trabalhadores diante de Neves e o PSDB garante a continuidade dos programas sociais e o cumprimento da promessa de reforma política. Sua vitória foi qualificada de histórica. Com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, conseguiu-se desmontar a campanha agressiva da oposição, ligada à grande mídia e à elite econômica.

Na Bolívia, o presidente Evo Morales foi reeleito com ampla maioria em 12 de outubro passado. Nesse país a direita está dividida e sem argumentos diante das conquistas promovidas pelo Movimento ao Socialismo, de governo.

Nos dois mandatos anteriores, Evo deu poder real aos segmentos da sociedade boliviana historicamente marginalizados, como os indígenas, e garantiu estabilidade social, política e econômica.

Por sua vez, no Uruguai, o candidato da Frente Ampla, de governo, Tabaré Vázquez, levou ampla vantagem no segundo turno das eleições presidenciais. Ele venceu o direitista Luis Lacalle, do Partido Nacional, que ameaçou com reverter os avanços sociais alcançados durante o mandato de José Mujica.

Na América Central, o candidato da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional de El Salvador, Salvador Cerén, triunfou na votação para Presidente dessa pequena nação, em nove de março passado.

Na Colômbia, Juan Manuel Santos foi reeleito como chefe de Estado, arvorando a bandeira do diálogo com a guerrilha. Sua vitória foi por margem estreita. Seu rival, Oscar Ivan Zuluaga, era o indicado pelo ex-presidente Alvaro Uribe, ícone da direita nesse país.

Outros países latino-americanos também foram palco de eleições presidenciais em 2014. No Panamá, a vitória foi para Juan Carlos Varela, candidato da aliança “O Povo Primeiro”. Ele venceu o oficialista José Domingo Arias, do Cambio Democrático, que pretendia manter a política de Ricardo Martinelli.

Em abril, o opositor Luis Guillermo Solís triunfou no segundo turno do pleito presidencial na Costa Rica, com a característica peculiar de que seu rival, Johnny Araya, do governante Partido Liberação Nacional, tinha anunciado sua retirada antecipada ao ver que não tinha nenhuma chance de ganhar.

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Argentina contra os abutres do neoliberalismo

Em 2014, o governo argentino resistiu no âmbito judicial, político e econômico os ataques dos chamados fundos abutre, empreendidos por especuladores que se dedicam a comprar bônus da dívida de certos países com fins de lucro.

Essas agências financeiras de capital de risco investem seus recursos na compra de dívidas de companhias ou nações enfraquecidas ou mergulhadas em crises.

Os bônus da dívida argentina foram adquiridos em 2001, a preços baixos, na época dos governos neoliberais nessa nação. Hoje, exigem das autoridades o pagamento de valores muito maiores.

A Argentina conseguiu reestruturar 93% de sua dívida externa. Nessa ocasião, negou-se a aceitar as exigências de credores que não participaram das negociações. Eram os chamados fundos abutre, que agiram sob o amparo da justiça dos EUA.

Em junho passado, a Suprema Corte norte-americana rechaçou o pedido do governo argentino para examinar a decisão de um tribunal de Nova York a respeito desses pagamentos. Em 2012, o juiz Thomas Griessa tinha emitido um ditame em favor das agências especuladoras, dando força aos que tentam desestabilizar a Argentina.

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Catástrofes aéreas e marítimas abalaram o mundo

Em março passado, um avião malaio com 239 passageiros a bordo sumiu nas águas do Oceano Índico, sem que até agora tenham sido encontradas pistas sobre o que aconteceu. Só se sabe que a aeronave se desviou da rota prevista entre Kuala Lumpur e Pequim, capital da China, sem explicação alguma.

O incidente desencadeou a maior operação de busca na história da navegação aérea. Apesar de serem vasculhados milhares de quilômetros no mar, não se encontrou sinal algum de restos do aparelho.

Meses depois, em julho, um avião da mesma companhia, a Malasyan Airlines, foi derrubado sobre o leste da Ucrânia, palco de combates entre o exército e forças separatistas. O voo tinha partido da Holanda rumo à Malásia.

Informe preliminar revelado em setembro passado pela Junta Holandesa de Segurança indica que o aparelho caiu por causas externas, alvejado por projetis não identificados. O presidente russo, Vladimir Putin, acusou o governo da Ucrânia de interferir na investigação.

Há poucos dias, outra aeronave caiu no mar de Java matando mais de 160 passageiros e tripulantes. O avião da companhia AirAsia tinha partido da Indonésia rumo a Cingapura e de repente sumiu dos radares.

Dos acidentes marítimos em 2014 o mais impactante foi o do ferry sul-coreano “Sewol”, que naufragou em 16 de abril passado ao tentar fazer uma manobra brusca. A carga que levava no interior se deslocou e a embarcação perdeu a estabilidade. Morreram 304 dos 475 passageiros, a maioria adolescentes.

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Comunidades negras nos EUA denunciam sistema judicial

A morte a tiros do jovem Michael Brown e o estrangulamento de Eric Garner, ambos negros, nas mãos de policiais brancos norte-americanos, reativou o problema racial nesse país, marcado pela segregação contra a qual lutaram ativistas como Martin Luther King.

As manifestações contra o sistema de justiça se tornaram mais intensas depois do anúncio de que o policial que baleou o jovem Brown na localidade de Ferguson não seria sequer julgado. O mesmo aconteceu com o agente que asfixiou Garner quando tentava algemá-lo. A vítima, de 43 anos, tinha seis filhos.

A crise no âmbito racial deixou em maus lençóis o presidente Barack Obama, atingido também pela derrota nas eleições legislativas de novembro passado. A partir de 2015, o Partido Republicano terá maioria nas duas câmaras do Congresso.

Nesse contexto, foi revelado o informe do Comitê de Inteligência do Senado sobre as torturas e métodos cruéis utilizados nos interrogatórios pela CIA, Agência Central de Inteligência dos EUA, durante o governo do presidente George Bush, antecessor de Obama.

O documento garante que essas ações, das quais foram vítimas suspeitos de terrorismo, foram “brutais e muito piores” do que tinha admitido anteriormente esse órgão do governo, e além disso não foram efetivas quanto ao propósito para o qual tinham sido concebidas.


 



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