Presidente cubano reitera na ONU necessidade de eliminar as armas nucleares

Editado por María Candela
2018-09-26 15:30:16

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Havana, 26 de setembro (RHC).- O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, reiterou na ONU a necessidade de eliminar os estoques de armas nucleares no mundo para preservar a paz e a segurança internacionais, e lembrou que o líder da Revolução, Fidel Castro, foi um incansável promotor do desarmamento atômico.

Falando na reunião de alto nível da Assembleia Geral pelo Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, nesta quarta-feira, Díaz-Canel sublinhou que 73 anos depois do bombardeio atômico dos EUA às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki a humanidade continua sob ameaça de 14.400 ogivas, delas 3.750 instaladas e quase 2.000 em estado de alerta operacional.

“Cuba rechaça as políticas de segurança e as doutrinas militares sustentadas na dissuasão nuclear, fazemos nossas as palavras de Fidel quando em 1979 afirmou: 'o ruído das armas, da linguagem ameaçante, da prepotência no cenário internacional deve cessar. Basta já da ilusão de que os problemas do mundo possam ser resolvidos com armas nucleares. As bombas poderão matar os famintos, os doentes, os ignorantes, mas não podem matar a fome, as doenças, a ignorância'”, recordou o presidente cubano.

Díaz-Canel destacou que a América Latina e o Caribe foi a primeira região densamente povoada no mundo que se declarou zona livre de armas nucleares, através do Tratado de Tlatelolco em 1967. Essa vontade foi ratificada na Proclama da América Latina e Caribe como Zona de Paz, assinada em 2014 pelos chefes de Estado e de governo do continente.

“Cuba mantém um firme compromisso com o fortalecimento e a consolidação do multilateralismo e com os tratados internacionais em matéria de desarmamento, especialmente com a meta de alcançar um mundo livre de armas nucleares”, apontou o mandatário, e ressaltou que em janeiro passado o país foi o quinto em ratificar o tratado sobre a proibição do armamento desse tipo.

“O uso da energia e das tecnologias nucleares tem contribuído ao desenvolvimento socioeconômico de nossas nações. Em consequência, reafirmamos o direito ao uso pacífico da energia nuclear, sem discriminação”, apontou Díaz-Canel. E rechaçou a decisão dos EUA de se retirar do acordo nuclear assinado pelo Irã, a Alemanha e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Disse que não cumprir os compromissos internacionais atenta contra as normas de convivência entre os Estados, e neste caso pode ter graves conseuências para a estabilidade e segurança no Oriente Médio.

Ao concluir seu discurso na sessão de alto nível da Assembleia Geral pelo Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, citou palavras do primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba, Raúl Castro, na Cúpula Rio+20: “Deixemos as justificativas e busquemos soluções. Esta vez todos, absolutamente todos, pagaremos as consequências. Cesse o despojo, cesse a guerra, avancemos rumo ao desarmamento e destruamos os arsenais nucleares”.

Ontem, o presidente cubano conversou com seus homólogos do Panamá, Juan Carlos Varela, de Angola, João Lourenço, da África do Sul, Cyril Ramafosa, e da Argentina, Mauricio Macri. Também, com o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, que aceitou o convite para visitar Cuba.



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