Havana, 22 de janeiro (RHC).- Os participantes do foro internacional de jornalismo em curso em Havana abordam nesta terça-feira o impacto das novas tecnologias da informação e comunicação. O encontro é auspiciado pela agência noticiosa Prensa Latina para recordar o aniversário 60 da chamada Operação Verdade.
Em 1959, o líder da Revolução, Fidel Castro, convocou cerca de 400 jornalistas do mundo todo para explicar o que estava ocorrendo em Cuba nas primeiras semanas após a derrubada da ditadura de Fulgencio Batista e desmentir as campanhas de desinformação na mídia internacional, promovidas principalmente pelos EUA.
O evento recorda, também, a fundação de Prensa Latina, radicada em Havana. Ontem, os participantes denunciaram a manipulação midiática e a proliferação de fake news para atacar líderes e processos progressistas e de esquerda na América Latina e outras regiões.
Ontem, o jornalista franco-espanhol Ignacio Ramonet advertiu sobre a crise de credibilidade que atinge o mundo da informação. Sublinhou que a mentira sempre existiu na mídia, porém, agora a situação é mais grave, chegando ao patamar de uma grande intoxicação. Disse que qualquer pessoa pode postar um conteúdo nas redes sociais e superar o índice de audiência de um canal de televisão, transformando-se num instrumento de dominação.
Por sua vez, o intelectual e ex-ministro cubano da Cultura, Abel Prieto, alertou para o perigo que representa a agenda hegemônica cultural imposta pelos grandes centros de poder às custas da identidade dos povos, e exaltou a importância de articular o pensamento das forças que defendem as alternativas anticapitalistas.
Prieto, atual presidente da Sociedade Cultural José Martí, indicou que a crise nessa área começou a ser gestada na década de 1970 e hoje é mais profunda, transformando a arte em mercadoria e deturpando a história.
No marco do encontro, o presidente da agência Prensa Latina, Luis Enrique González, assinou acordo de colaboração com Li Xia, vice-diretora geral da Televisão Central da China. González disse que ambos meios de imprensa podem trabalhar juntos, e Xia apontou que o convênio vai propiciar o intercâmbio de notícias e a colaboração noutras áreas.