Presidente cubano chama na ONU a unir esforços pelo bem da humanidade

Editado por Irene Fait
2021-09-23 18:19:36

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Foto tomada de PL

Havana, 23 de setembro (RHC).- O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, chamou a comunidade internacional a unir esforços pelo bem da humanidade. Em seu discurso, de maneira online, no período 76 de sessões da Assembleia Geral da ONU, ressaltou que o mundo vive tempos incertos, sob o impacto de uma pandemia que acirrou as desigualdades estruturais e a crise global, e nesse contexto o papel do multilateralismo e das Nações Unidas é cada vez mais importante.

Assinalou que os países mais vulneráveis ficaram desprotegidos, enquanto os mais ricos, as elites e as transnacionais farmacêuticas aumentam seus benefícios, e advertiu que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável de erradicação da pobreza até 2030 está sob alto risco. As vacinas contra a Covid-19 geraram uma esperança, porém, até agora mais de 80% dos lotes disponíveis foram aplicados em países de ingressos médios e altos, e centenas de milhões de habitantes das nações pobres estão ainda à espera da primeira dose.

O mandatário cubano ressaltou que em 2020 o gasto militar mundial foi de quase dois trilhões de dólares, montante que poderia ter sido usado para salvar vidas investindo na saúde ou na produção e distribuição dos imunizantes. Isso indica a necessidade de transformar a ordem internacional desigual e antidemocrática, que coloca em primeiro lugar o egoísmo e os interesses mesquinhos de uma minoria.

Díaz-Canel afirmou que devem cessar o esbanjamento dos recursos naturais e os padrões irracionais de produção e consumo do capitalismo, predadores do meio ambiente e causantes das mudanças climáticas que ameaçam a existência da espécie humana. Disse que é preciso lutar para que prevaleçam a solidariedade, a cooperação e o respeito mútuo. “Nossos povos têm direito a viver em paz e segurança, ao desenvolvimento, ao bem-estar e à justiça social”, sublinhou.

Em seu discurso no período 76 de sessões da Assembleia Geral da ONU, o presidente de Cuba alertou que os EUA estão promovendo um perigoso cisma internacional, e denunciou o uso de medidas de coerção econômica como instrumento central da política exterior de Washington, associado à intolerância ideológica e cultural, com uma marcante influência racista e propósitos hegemônicos.

“Durante mais de 60 anos, o governo dos EUA não cessou um minuto em seus ataques contra Cuba”, ressaltou. Referiu-se ao bloqueio econômico, comercial e financeiro vigente desde a década de 1960, endurecido de maneira oportunista e criminosa em meio à pandemia, e disse que o atual presidente, Joe Biden, manteve até agora as 243 medidas adicionais tomadas por seu antecessor Donald Trump, inclusive a inclusão desta Ilha na lista de países que supostamente patrocinam o terrorismo.

Essa guerra não convencional abrange campanhas de mentiras e manipulação através das novas tecnologias de informação e plataformas digitais para gerar confusão e desestabilizar o país. E recordou uma frase do general de Exército Raúl Castro: “Cuba não teme à mentira nem se ajoelha ante pressões, condicionamentos ou imposições, venham de onde vierem”.

O mandatário expôs princípios da política cubana, entre eles a solidariedade aos povos que precisam de apoio, como o envio de milhares de colaboradores e profissionais da medicina atendendo pedido de 40 países e territórios afetados pela Covid-19. E destacou o trabalho dos cientistas desta Ilha que criaram três vacinas contra o Sars-Cov2 – Soberana 02, Soberana Plus e Abdala – e duas candidatas – Soberana 01 e Mambisa, a partir da ideia do líder histórico da Revolução, Fidel Castro, em torno de que o futuro da nação “tem de ser necessariamente um futuro de homens de ciência”.

Díaz-Canel ratificou o apoio à independência plena e integração da América Latina e Caribe, e seu status de Zona de Paz. Também, o respaldo à Venezuela e Nicarágua ante as agressões e ingerência externa, à demanda dos países caribenhos de um trato diferenciado para poder enfrentar os desafios das mudanças climáticas, dos desastres naturais, do injusto sistema financeiro internacional e da pandemia, ao direito de Porto Rico de ser livre e independente, à paz na Colômbia através de uma solução política e do diálogo entre as partes, e à reivindicação da Argentina quanto à soberania sobre as ilhas Malvinas, Geórgias do Sul e Sandwich do Sul.

Condenou a ingerência externa na Síria e pediu uma solução justa e duradoura ao conflito no Oriente Médio, baseada no fim da ocupação israelense, e o direito do povo palestino de instaurar seu próprio Estado dentro das fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como capital. Rejeitou as medidas coercitivas contra o Irã, a Coreia Democrática e a Rússia, e respaldou a China ante os intentos de lesionar sua integridade territorial e soberania.

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o presidente Miguel Díaz-Canel ratificou a decisão de defender os princípios e valores em que os cubanos acreditam, e de continuar lutando sem descanso pela justiça, prosperidade e o desenvolvimento dos povos, que merecem um mundo melhor.

 



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