Havana, 2 de novembro (RHC).- Os vínculos de organizações terroristas com os promotores de uma marcha convocada para este mês em Cuba desmentem a suposta intenção pacífica e caráter espontâneo da iniciativa, e mostram sua ligação com os planos de subversão política levados adiante desde os EUA.
Uma matéria divulgada na televisão local ontem mostrou novas evidências dos laços de Yunior García, líder da plataforma Arquipélago e um dos organizadores das passeatas, com indivíduos de provado historial de terrorismo e outros relacionados com os chamados “tanques de pensamento”. No espaço “Razões de Cuba”, o médico cubano Carlos Leonardo Vázquez, que durante 25 anos foi o agente “Fernando” dos órgãos da Segurança do Estado infiltrado nesses grupos, mostrou como participou junto com García de programas de formação de líderes políticos a serviço de interesses estrangeiros.
Em 2019, ambos assistiram a uma oficina na Universidade de Saint Louis, nos EUA, sobre o papel das Forças Armadas num processo de transição. Um dos palestrantes foi Richard Young, especialista em protestos públicos como método de câmbio político e social, que falou sobre novas formas de ativismo cívico em busca de instaurar um capitalismo fundamentalista e privatizador. No encontro estava Felipe González, ex-presidente do governo da Espanha, que em 1983, quando exercia o cargo, criou grupos antiterroristas responsáveis de sequestros, torturas e assassinatos.
Vázquez se referiu a outras atividades semelhantes, como o evento na Argentina em 2018 coordenado pelo projeto “Tempo de câmbios e o novo papel das Forças Armadas em Cuba”. Também foram mostradas gravações de conversas telefônicas entre Yunior García e Ramón Saúl Sánchez, terrorista ligado a organizações como Alpha 66, Omega 7, Frente Nacional de Libertação de Cuba e CORU – Coordenação de Organizações Revolucionárias Unidas, autora de mais de 90 ataques contra instalações cubanas em vários países.