Cuba denuncia exclusão de seu povo da Cúpula das Américas

Editado por Irene Fait
2022-06-08 11:09:32

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Havana, 08 junho (RHC).- O presidente Miguel Diaz-Canel falou nesta quarta-feira para a sociedade civil cubana excluída da Reunião de Cúpula das Américas que se realiza nos Estados Unidos.

O presidente começou seu discurso com as palavras do prócer cubano José Marti: “o primeiro que faz um povo para chegar a dominar outro é separá-lo do resto dos povos”.

Essas palavras de Marti foram escritas em 1891, depois da reunião da Comissão Monetária Internacional em Washington, à qual convocou EUA com o propósito de consolidar sua hegemonia.

“Acreditam na necessidade, no direito bárbaro, como único direito: ’isto será nosso, porque precisamos disto”. Acreditam na superioridade incontrastável da ‘raça anglo-saxão contra a raça latina’. Acreditam na baixeza da raça negra, que escravizaram ontem e humilham hoje, e da índia, que exterminam. Acreditam em que os povos da América hispânica estão compostos principalmente por índios e negros. Enquanto os Estados Unidos não souberem mais da América hispânica e a respeitarem mais […] Podem os EUA convidar a América hispânica a uma reunião sincera e útil para a América hispânica? Convém à América hispânica a união política e econômica com os Estados Unidos?”, citou Diaz-Canel assinalando que as perguntas feita por José Marti contêm em si as respostas e anteciparam a visão hegemônica e excludente dos Estados Unidos.

Diaz-Canel  afirmou que o comportamento do governo norte-americano era racista e supremacista, e esse governo está empenhado em aplicar a Doutrina Monroe na América Latina e no Caribe.

No caso de Cuba, explicou, não só o governo foi excluído, mas também os representantes da sociedade civil, como se quisessem decidir quem podem e quem não podem ser os verdadeiros expoentes da sociedade civil cubana.  

Recordou que na Reunião de Cúpula das Américas, realizada no Panamá, em 2015, o presidente cubano à época Raúl Castro deixou bem claro os princípios das relações baseadas no direito internacional e na cooperação em benefício de todas as nações.

Cuba mudou, a América Latina mudou, mas os Estados Unidos não mudaram, afirmou o presidente cubano em seu discurso.

Igualmente assinalou que o caráter excludente e a seletividade oportunista dos anfitriões da reunião de Cúpula das Américas, que ora acontece em Los Ángeles, incomodaram inúmeros governos da região e fizeram com que se ausentassem vários presidentes e que outros rejeitassem essa política. (Fonte: Granma, Prensa Latina).



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