Foto: Archivo/RHC
Nações Unidas, 21 setembro (RHC).- Cuba exortou a resolver os conflitos mundiais por meios pacíficos, denunciou o bloqueio comercial e financeiro imposto pelos EUA contra a Ilha há mais de sessenta anos, e a injusta e insustentável ordem internacional prevalecente, e desmascarada durante a pandemia da Covid-19.
Ao falar no debate do 77º período de sessões da Assembleia Geral da ONU, quarta-feira, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodriguez, declarou que o prejuízo humano que causa o bloqueio econômico, comercial e financeiro dos EUA a todas as famílias cubanas é enorme, cruel e imoral. “O bloqueio é um ato de guerra econômica em tempo de paz”, sentenciou.
Cuba - realçou Bruno Rodriguez-, é uma pequena nação em desenvolvimento que pagou um preço alto para defender seu direito legítimo de existir como nação soberana e independente. E destacou que, apesar dos prejuízos provocados por essa política genocida, a Ilha não esmorece em sua intenção de formar uma sociedade socialista, próspera e sustentável.
Recordou que 30 anos depois da primeira resolução da Assembleia Geral da ONU contra o bloqueio, o governo dos Estados Unidos continua ignorando a demanda quase unânime da comunidade internacional para que cesse o cerco contra Cuba.
O chanceler também denunciou a injustificada inclusão de Cuba na lista arbitrária e unilateral de países que supostamente patrocinam o terrorismo. “Cuba não promove, nem promoverá o terrorismo jamais. Pelo contrário, condenamos o terrorismo em todas as suas formas e manifestações”, assinalou.
Com relação ao passo anunciado pelos EUA para retomar a entrega de vistos na embaixada norte-americana em Havana, o chanceler falou que era positivo. E reiterou que a Ilha deseja manter relações civilizadas com os EUA sempre sob a premissa do respeito mútuo.
Em outra parte de seu discurso, Bruno Rodriguez, disse que Cuba continuará erguendo sua voz para rejeitar a hegemonia e a pretensão de impor um sistema único. Não renunciaremos jamais à soberania dos povos, insistiu.
Observou que a ofensiva dos EUA para submeter os povos, a expansão da OTAN e a guerra não convencional de quinta geração conduzem a um clima de instabilidade, cujas consequências são imprevisíveis.
O chanceler Bruno Rodriguez reiterou o compromisso de Cuba com o fortalecimento dos mecanismos de integração na América Latina e o Caribe, e com a Declaração de Paz dentro da região.
Confirmou o apoio aos governos da Venezuela e Nicarágua e se solidarizou com as nações do Caribe e sua reclamação legítima de reparação pelas consequências do colonialismo. Destacou o apoio à independência de Porto Rico, e fez um apelo ao necessário apoio internacional ao Haiti.
Igualmente, manifestou o apoio de Cuba à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, vítima do assédio judicial e midiático, e à soberania da Argentina sobre as ilhas Malvinas, Georgias do Sul e Sandwich do Sul.
Rejeitou a intromissão nos assuntos domésticos de nações soberanas e as medidas unilaterais contra países, como o Irã, Coreia do Norte e Rússia. Reconheceu o princípio de uma só China e rechaçou as campanhas de descrédito contra esse país.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba insistiu no compromisso com a paz na Colômbia, e realçou a necessidade de viabilizar os recursos internacionais necessários para o desenvolvimento da África. Advogou, também, pela solução pacífica dos conflitos na Síria, Oriente Médio e o russo-ucraniano.
Em sua fala, o chanceler cubano se referiu às terríveis consequências da mudança climática, e à importância de limitar o gasto militar mundial e investir esses milhões no desenvolvimento e na saúde, com isso se salvariam milhares de vida no mundo todo.
No final do discurso, agradeceu o apoio invariável de governos, presidentes e organizações internacionais de todos os cantos do planeta na defesa da soberania de Cuba. (Fonte: Granma)