Cuba, enfrentando o desafio eletroenergético

Editado por Irene Fait
2024-10-18 09:57:05

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Foto: @PartidoPCC

Havana, 18 de outubro (RHC) Cuba está passando por uma situação muito difícil nos últimos dias, confirmou o diretor geral da União Nacional de Eletricidade (UNE), Alfredo López Valdés, durante a transmissão especial de televisão, na quinta-feira, apresentada pelo membro do Bureau Político e primeiro-ministro, Manuel Marrero Cruz, na qual foram explicados à população os detalhes associados ao problema e as perspectivas de solução, com base nos esforços diários e nas decisões adotadas.

A escassez de combustível é a principal causa desse panorama complexo, responsável pelo déficit de mais de 800 megawatts (MW), o que representa cerca de metade dos efeitos produzidos no último dia, no horário de pico. A geração móvel e distribuída é a mais afetada, com mais de 600 MW.

López Valdés detalhou o estado técnico das usinas termelétricas (CTE). Há avarias na usina Antonio Maceo, em Santiago de Cuba, que deve recomeçar a fornecer eletricidade hoje, e trabalhos de manutenção em uma unidade na CTE Carlos Manuel de Céspedes, em Cienfuegos, e em uma máquina em Santa Cruz del Norte, que levarão cerca de seis meses para serem concluídos.

Além disso, a Energás informou a quebra de uma unidade de 45 MW em Varadero, com retorno previsto para o dia 23. Em breve, haverá necessidade de realizar manutenção leve na usina de Antonio Guiteras, em Matanzas, e na usina de Lidio Ramón Pérez, em Felton. Apesar das dificuldades, a geração térmica teve o desempenho esperado.

UM PLANO ABRANGENTE ESTÁ EM ANDAMENTO

O Diretor Geral da UNE destacou a prioridade de aumentar o uso de combustíveis nacionais nessa fonte de geração e dedicar pelo menos quatro anos ao trabalho aprofundado em vários CTEs, incluindo um bloco em Felton que forneceria 250 MW.

Por outro lado, contrastou, menos de um ano seria suficiente para colocar o sistema de geração distribuída em funcionamento. Outras ações devem ser voltadas para o conserto de linhas de transmissão e medição de eletricidade.

Tudo isso faz parte de um plano abrangente, com uma tendência de melhoria gradual, focado em dois aspectos fundamentais: recuperação da capacidade de geração e trabalho no lado da procura, afirmou.

Esse último indicador aumentou em 120 MW em relação ao ano passado, nas primeiras horas da manhã, devido à existência de mais equipamentos eletrônicos, e ultrapassou os 3.000 MW no total, um número até então impensável, ressaltou. Além da economia, insistiu no uso eficiente da energia e informou a compra de tubos e outros recursos para fabricar em Cuba vários componentes básicos que inicialmente seriam importados.

Sobre a distribuição de óleo combustível, Edrey Rocha González, diretor geral da União Cuba-Petróleo, explicou que o navio programado para atracar em Matanzas no dia 9 não o fez até o dia 14, devido ao mau tempo, o que significou atrasos na continuidade do combustível para outros portos.

Detalhou que o navio deveria chegar a Moa, em Holguín, na noite passada, o que possibilitaria a incorporação dos motores daquela área. Os navios com destino a Havana e Mariel também foram carregados e partirão quando as condições climáticas no oeste permitirem.

Quanto ao diesel, disse que seriam entregues cerca de 2.000 toneladas para que a maioria dos motores pudesse funcionar e para ter um impacto maior na geração com esse tipo de unidade.

Rocha González salientou que a tendência do óleo combustível e do diesel é aumentar sua distribuição, graças à disponibilidade, para que o serviço possa ser melhorado nos próximos dias.

Quanto à distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), informou que hoje começará a distribuição em todo o território nacional, o que se refletirá na diminuição da demanda, pois nos dias anteriores o ônus de cozinhar alimentos foi assumido pela geração de energia devido à falta de GLP.

Por sua vez, o primeiro-ministro especificou indicações adicionais voltadas para a economia, entre as quais a paralisação de atividades de trabalho não essenciais, o incentivo ao teletrabalho, a operação dos Conselhos de Energia, a desconexão geral de instalações vazias e o desligamento, nas horas de pico, de equipamentos de alto consumo, como geladeiras, fornos e frigoríficos.

Da mesma forma, abordou a implementação do Programa Nacional, que inclui a maximização dos investimentos em petróleo bruto nacional e a participação de fontes renováveis, com relação às quais López Valdés destacou o trabalho em 31 parques fotovoltaicos de 21 MW.

Enfatizou a necessidade de envolver o setor não estatal no esforço coletivo para economizar, incluindo a cobrança de tarifas não subsidiadas de acordo com seus níveis de lucro. (Fonte: Granma)



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