O controle pelo exército governamental sírio da cidade de Alepo virou símbolo da resistência do presidente Bachar el Assad a uma guerra desenhada, imposta e alimentada a partir do exterior com o propósito de modificar o mapa geopolítico de toda a região do Oriente Médio e assegurar o domínio ocidental de seus imensos recursos energéticos.
Desde que se anunciou a ocupação de 99 por cento da cidade foram removidas de lá umas oito mil pessoas, entre opositores armados e suas famílias, sob a supervisão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Este processo se realizou em meio a tensões e repentinas interrupções, lógicas até certo ponto num território que foi teatro de cruentos combates durante vários anos e onde ainda há alguns focos de resistência dos grupos extremistas.
Segundo o responsável humanitário da ONU para a Síria, Jan Egeland, equipes da Organização Mundial da Saúde conseguiram entrar na zona leste de Alepo, para ajudar a tirar os feridos e doentes.
Não se sabe ao certo o número de pessoas que continuam aprisionadas na cidade, que foi tomada por bandos extremistas e que grandes meios de comunicação insistiram em chamar durante muito tempo a capital dos grupos armados opositores ao governo de Al Assad.
O que chama poderosamente a atenção é o pouco entusiasmo mostrado por algumas potências ocidentais com a libertação da cidade, um ponto de inflexão neste longo conflito armado e que constitui uma vitória de Damasco contra as forças irregulares que incendiaram o país.
Por enquanto, é um mistério de onde saíram os recursos econômicos, militares e tecnológicos utilizados pela oposição, bem assim pelos terroristas encabeçados pelo denominado Estado Islâmico.
Esta serpente que nasceu ao calor do ódio e mordeu em numerosos lugares e cuja marca dolorosa persiste em Paris, Nice e Bruxelas, por exemplo.
O exército sírio descobriu em Alepo fábricas de munições e explosivos, cárceres, e até um centro de torturas no bairro de Al Yazmanti, onde eram interrogados numerosos prisioneiros.
Soube-se, também, que como represália, os bandos irregulares executaram numerosos civis durante a fuga.
Levará tempo normalizar a situação nesta martirizada cidade e pôr fim definitivamente ao conflito, portanto é importante escutar e difundir todas as chamadas à cooperação e a boa vontade para aplacar e evitar mortes desnecessárias que são vergonhosas para toda a humanidade.