Um dos problemas preocupantes no mundo é a fome, flagelo do qual são vítimas ainda hoje milhões de pessoas. A CELAC, Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos, não está alheia a essa situação, e desde que foi constituída contribui a garantir a segurança alimentar dos povos da região.
O mais recente informe da FAO, Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, indica que a América Latina e o Caribe são exemplos na luta contra a fome. O documento revela que nessa área geográfica o número de famintos diminuiu de mais de 65 milhões em 1992 a 47 milhões em 2011-2013.
O resultado constitui uma esperança quanto a cumprir o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, estabelecido pela ONU, em torno de reduzir à metade até 2015 o número de pessoas vítimas desse flagelo social.
No ano passado, nações como Cuba, Venezuela e Nicarágua foram reconhecidas pela FAO por terem alcançado esse propósito com antecipação, e por continuarem trabalhando em favor da segurança alimentar da população.
Esse será um dos temas abordados na 2ª Cúpula da CELAC, que decorrerá em Havana em 28 e 29 deste mês. Nela, Cuba concluirá seu mandato de um ano como presidente pro tempore do bloco regional, durante o qual promoveu ações para impulsionar essa esfera, incluída na Declaração do encontro anterior, em Santiago do Chile.
O propósito tem sido acertar posições conjuntas e projetos sociais contra a fome e a pobreza. O tema ganhou espaço na região depois da crise global de 2008, que mostrou a necessidade de garantir em cada país a alimentação básica da população.
Hoje, o bloco regional aborda com interesse o fomento da agricultura familiar, como estratégia para avançar na redução das desigualdades sociais e na erradicação da fome. Também, a colaboração no setor agrícola entre os 33 países membros da CELAC, que em conjunto dispõem das matérias-primas, fontes de energia e recursos humanos suficientes para empreender com sucesso essa tarefa.
Esta região é a terceira maior produtora de energia elétrica e conta com a maior diversidade biológica do planeta, quase a metade dos bosques tropicais, 23% das áreas florestais, mais de 30% das reservas de água doce e 40% do total de recursos hídricos renováveis. Isso facilita a produção de alimentos e as exportações.
As nações que integram a CELAC apresentarão na Cúpula de Havana seus programas nacionais em torno da segurança alimentar, e as propostas para ter Fome Zero na região até 2025. Esse é um dos compromissos principais do bloco de integração surgido há três anos.
(M.J. Arce, 21 de janeiro)