Rumo a uma nova crise financeira mundial?

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2017-10-13 12:08:51

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Funcionários públicos e especialistas do FMI, Fundo Monetário Internacional, advertiram que existem sintomas preocupantes de que o mundo está se encaminhando a uma nova crise financeira global, quando ainda não foram superados os danos ocasionados pela perturbação iniciada em 2008.

O titular das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schauble, foi um dos primeiros em dar a voz de alerta sobre a instabilidade dos mercados. O aviso foi reiterado num informe do FMI que prevê uma queda da produção nas principais economias do mundo num prazo de cinco anos, ou seja, até 2022.

A entidade multilateral de crédito sublinha que após a amarga experiência da recente crise global foram adotadas várias medidas, entre elas aumentar a vigilância sobre as operações bancárias e fortalecer o capital dessas instituições para evitar o estouro das chamadas “bolhas” financeiras.

Mesmo assim, surgiram novos fatores de risco. O mais notável é o incremento desenfreado da dívida privada e pública, sobretudo nos setores não produtivos. Esse é o resultado da queda nas taxas de juro e das facilidades dadas pelos próprios bancos.

O assunto ultrapassou os limites. O relatório adverte que no chamado G20, grupo das economias mais poderosas do planeta, a dívida dos Estados, empresas e famílias equivale a 235% do PIB, Produto Interno Bruto global.

Cabe destacar o caso das pessoas físicas, que nos países industrializados estão cada vez mais endividadas. O problema maior é que essa situação não provém do investimento em imóveis ou pequenas empresas, e sim na aquisição de bens de consumo. Hoje, essas famílias têm de pagar pelas dívidas cerca de 63% do total de ingressos. Isso significa que qualquer escorregão financeiro as deixaria sem opções para cumprir suas obrigações com o banco.

Embora não apareça no relatório do FMI, a própria sociedade de consumo, promovida na enxurrada de anúncios, leva muitas pessoas a aceitar empréstimos que parecem fáceis de cobrir para comprar eletrodomésticos, móveis, roupas e outros produtos, sem perceber que estão comprometendo seu futuro.

Nos países menos desenvolvidos o endividamento familiar equivale a 21% dos ingressos. Embora menor, o montante representa um risco para a estabilidade financeira doméstica. Cabe lembrar que o aumento das dívidas quase sempre vem acompanhado por uma queda na poupança.

Os modelos de prognóstico do FMI indicam que a partir de 2020 poderia ocorrer uma elevação generalizada das taxas de juro, uma queda nas bolsas e uma redução dos preços no setor imobiliário. Nesse contexto, se prevê uma diminuição de 1,7% no PIB global. Esse seria o umbral de uma nova crise que revelaria o pouco que o mundo aprendeu da anterior. (G. Alvarado)

 



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