Costa Rica tem novo presidente

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2018-04-02 11:22:55

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Por Guillermo Alvarado

Contra os prognósticos, o candidato pelo Partido Ação Nacional – PAC – Carlos Alvarado foi eleito presidente da Costa Rica ao arrasar no 2o turno dos pleitos de domingo passado deixando fora o suposto favorito: o predicador evangélico Fabrício Alvarado.

O Supremo Tribunal Eleitoral só precisou de duas horas para contar os votos e divulgar os resultados. Com 95 por centos das cédulas apuradas, o candidato do PAC obtinha 1.275.000 votos – 60,8 por cento – muito mais do que conseguiu seu rival, que ficou com apenas 800.000, isto é, 39,2 por cento das cédulas.

O resultado foi inesperado, isto porque no 1o turno Carlos Alvarado não tinha obtido nem meio milhão de votos e poucos dias antes dos pleitos só uma pesquisa realizada pela Universidade da Costa Rica – onde ele ensina – proclamava-o vencedor.

Naturalmente, a posição conservadora demais de seu rival teve a ver com isso, em temas como o matrimônio igualitário, os direitos da comunidade homossexual, as aulas de educação sexual nas escolas públicas e a defesa da família baseada apenas nas concepções religiosas.

Estes assuntos foram priorizados nos debates, em detrimento de temas mais importantes para os cidadãos comuns, como o desenvolvimento econômico, a subida do desemprego, a pobreza e a violência.

Houve, também, múltiplas denúncias da intervenção, na campanha, de igrejas protestantes, tanto na coleta de dinheiro para a campanha de Fabrício Alvarado, quanto para exortar seus fiéis a votarem nele ratificando a vitória que obteve no 1o turno.

Este será o segundo governo consecutivo do Partido Ação Nacional, depois de quatro anos de gestão de Luis Guillermo Solís que se viram ensombrecidos por alguns escândalos de corrupção.

Carlos Alvarado será o presidente mais novo na história moderna da Costa Rica, pois assumirá o cargo em 8 de maio com 38 anos de idade. Serão muitos os desafios à sua espera, em primeiro lugar deverá reduzir o volumoso déficit fiscal, que em 2019 poderá beirar 9 por cento do PIB e desencadear uma crise financeira.

Terá de atender às demandas da população cujas condições de vida estão deterioradas. Após uma revolução liberal em meados do século passado, a Costa Rica se tornou o país mais estável do istmo, o único sem exército, mas com uma poderosa guarda nacional, e durante muito tempo falava-se nela como a Suíça da América Central.

Governos neoliberais nas últimas décadas propulsaram a privatização de empresas e recursos públicos, o que disparou o desemprego e a pobreza, com a conseguinte violência e insegurança, problemas aos que se espera que o novo governo encontre solução.



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