Os que dentro e fora de Cuba puderam ver as imagens da volta à Pátria de Fernando González e da massiva e emotiva velada cultural em frente à escadaria da Universidade de Havana já têm uma ideia clara da injustiça cometida contra os cinco cubanos que, sob a acusação falsa de espionagem, foram detidos em Miami em setembro de 1998 e condenados a longas penas.
Fernando, como acontecera no ano passado com René González, também membro do grupo, acaba de retornar a Cuba após cumprir integramente a pena arbitrária imposta pelo tribunal que o condenou junto a René, Antonio, Gerardo e Ramón, sem provas e sob forte pressão política e midiática da extrema-direita da emigração cubana na Flórida.
Hoje, três deles ainda permanecem confinados em cárceres norte-americanos. Eles não tinham a missão de espionar o governo dos EUA, e sim de monitorar os grupos terroristas que operam contra Cuba a partir do território desse país, principalmente do sul da Flórida. Muitas dessas ações afetam o próprio povo norte-americano.
O recebimento a Fernando no aeroporto de Havana por seus familiares e pelas máximas autoridades cubanas, a reação de júbilo do povo, a solidariedade de muitos no mundo e a fala simples e veraz deste herói na luta contra o terrorismo, recorda a todos a necessidade de fortalecer a solidariedade a Ramón, Gerardo e Antonio.
Aliás, Gerardo cumpre pena de duas cadeias perpétuas mais 15 anos, fato que demonstra a sanha dos EUA contra a Revolução cubana.
O tema dos Cinco, que aos poucos vem rompendo o muro de silêncio na mídia norte-americana, faz parte da política agressiva contra Cuba. Também, o bloqueio econômico, comercial e financeiro, vigente há mais de 50 anos, e a permanência da Base Naval de Guantánamo, que ocupa ilegalmente uma fatia do território cubano.
Os que, por falta de informação, consideram exagerada a campanha internacional pela liberdade dos Cinco talvez compreendam agora o sacrifício e a façanha desses patriotas cubanos, que com seu exemplo dignificam a história da nação, sustentada no pensamento do prócer José Martí.
(P.M. Pírez, 3 de março)