Por: Guillermo Alvarado
O nosso planeta é capaz de alimentar toda a população, porém diferentes fatores influem para que o flagelo da fome aumente e atinja uma de nove pessoas, segundo um estudo publicado por cinco agências da Organização das Nações Unidas.
O documento intitulado “O estado da segurança alimentar e a nutrição no mundo 2018” afirma que, em total, 821 milhões de pessoas passam fome e 151 milhões de crianças confrontam problemas de crescimento, ou seja, têm tamanho menor do que o normal devido à carência de comida.
A pesquisa envolveu a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura FAO, a Organização Mundial da Saúde, o Programa Mundial de Alimentos, o Fundo da ONU para a Infância e o Fundo Internacional Agrícola.
O número de seres humanos que não conseguem obter os nutrientes mínimos indispensáveis subiu em 17 milhões no ano passado comparado com 2016 e a situação atual é similar a de 10 anos atrás, o que significa que todos os esforços feitos neste tempo foram em vão.
Segundo a FAO, é vergonhoso que a anemia aumente entre as mulheres em idade reprodutiva e chegue a 32,8 por cento em todo o mundo, o que tem efeito negativo para a saúde de seus filhos e delas mesmas.
O relatório detalha que apenas 4 de 10 recém-nascidos no planeta se alimentaram nos primeiros seis meses de vida com leite materno.
Nestas condições, é bem provável que não se atinja o objetivo FOME ZERO em 2030 patrocinado pela ONU, explicaram os autores.
A Ásia é a região mais atingida: lá,passam fome 515 milhões de pessoas. Logo depois, aparece a África, com 256 milhões e meio e a América Latina e o Caribe, onde o flagelo afeta 39 milhões.
Com relação à nossa região, o documento avisa que a subalimentação está crescendo rapidamente, especialmente na América do Sul.
Como causas do problema, o documento menciona, em primeiro lugar, as guerras que provocam grandes movimentos humanos e destroem plantações e infraestrutura; logo depois assinala os retrocessos econômicos derivados de um mundo desigual, onde sobem os preços dos alimentos e baixam os das matérias-primas que exportam os países pobres.
É preciso mencionar, também, os efeitos já visíveis da mudança climática. O texto assinala que os desastres ligados à mudança se multiplicaram por dois desde os anos 1990 e lembra que a nutrição é suscetível demais às variações do clima.
Por incrível que pareça, neste mundo disparatado em que vivemos a obesidade aumenta e há 671 milhões de pessoas, entre elas 38 milhões de menores de cinco anos, com sérios problemas de sobrepeso. Como vemos, há graves problemas que precisam de soluções imediatas.