Por: Guillermo Alvarado
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump já manifestou sua intenção de se reeleger, mas antes disso deve transpor uma difícil barreira que se ergue em seu caminho: as eleições legislativas de novembro, também chamadas de meio tempo, porque ocorrem quase à metade de cada governo.
Sem dúvida, este será o propósito que animará suas ações nas semanas que faltam para as eleições, tanto no plano doméstico quanto na palestra internacional.
O cenário em que ora se move é a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, onde está previsto que realize como chefe de Estado várias atividades com os participantes.
Segundo o analista Immanuel Wallerstein, o magnata tem três prioridades básicas no aspecto geopolítico: acelerar a desnuclearização da Península Coreana, inviabilizar o desenvolvimento nuclear no Irã e reformar o Tratado Livre Comércio da América do Norte em benefício de seu país.
Recordemos que na Assembleia Geral anterior, o ambiente em torno da Coreia era explosivo e um conflito de consequências imprevisíveis parecia iminente.
Neste ano, as coisas mudaram e podemos afirmar que há mais pontos em favor da Coreia do Norte e seu líder Kim Yon-un, que conseguiu, com passos inteligentes, tirar a iniciativa de Trump.
O assunto do desarmamento nuclear ficou sobre a mesa de negociações das duas Coreias e, embora o presidente norte-americano tente subir no trem com a promessa de uma nova reunião com seu colega norte-coreano, muitos fios já não estão em suas mãos.
Com relação ao Irã, a decisão de Trump de sair do acordo incomodou muito seus aliados europeus. Assim, os presentes na assembleia ouvirão Hasan Rohani a partir de outra perspectiva.
Só Arábia Saudita, Israel e algumas pequenas nações do Golfo apoiam totalmente Donald Trump no tema iraniano.
Jó o tema do Tratado de Livre Comércio vem se dilatando e os Estados Unidos não tem tudo acertado com seu vizinho do norte, o Canadá. No sul, terá de esperar até que Andrés Manuel López Obrador seja empossado como presidente mexicano, a 1o de dezembro.
Além dos temas sugeridos por Wallerstein, há um mais quente: a guerra dos impostos que Trump iniciou irresponsavelmente contra China. Acabam de entrar em vigor novos impostos sobre mercadorias chinesas e Pequim deve responder nesta semana. O mundo, sobressaltado, não sabe até quando vai durar a bravata da Casa Branca, mas seus dirigentes não deveriam esquecer que o principal dono de títulos da dívida norte-americana é justamente a China.
Donald Trump não parece um sujeito afeito à sabedoria popular, mas alguém deveria lhe cochichar ao ouvido que não é bom negócio jogar pedra no vizinho, se o teu teto for de vidro.