O presidente dos EUA, Barack Obama, bateu o recorde de deportações de imigrantes desde que começou seu mandato em 2009. Nesse aspecto, ele superou amplamente seu antecessor na Casa Branca, George Bush.
A média foi de mil deportações por dia, e um total de dois milhões em cinco anos. O número foi semelhante ao registrado nos oito anos de mandato de Bush, e isso tem gerado um crescente descontentamento.
Obama tem sido alvo de fortes críticas nessa questão. Foi chamado de “deportador mor” pela chefe do Conselho Nacional da Raça, Janet Murguia. Ela garante que o Presidente tem em suas mãos alternativas para frear a expulsão de pessoas sem documentos.
Organizações que defendem os direitos dos imigrantes afirmam que sete de cada dez deportados não tinham antecedentes que colocassem em risco a segurança nacional dos EUA, e cumpriam os requisitos de admissão colocados no plano aprovado pelo Senado em junho passado.
A polêmica levou a que Obama prometesse na semana passada revisar a política nesse aspecto para aplicar as leis de uma maneira “mais humana”, segundo suas palavras. Ele falou assim depois de se reunir com os líderes do chamado Caucus Hispânico no Congresso.
Contudo, suas declarações foram recebidas com cautela e ceticismo. Muitos lembram que noutras ocasiões disse coisas semelhantes.
A promessa do Presidente foi considerada um reconhecimento de que existe um problema com a política atual de aplicação das leis migratórias, que tem levado à separação de muitas famílias.
O certo é que o governo está numa encruzilhada. Os republicanos não parecem dispostos a ceder em suas posições, em meio às fortes críticas da comunidade hispânica, cujo apoio tem sido chave nas duas campanhas de Obama pela Presidência.
Os democratas, por sua vez, precisam do respaldo desse segmento da população para as eleições legislativas de novembro, nas quais almejam manter o controle do Senado e recuperar o da Câmara de Representantes.
Obama continua sem poder cumprir sua promessa de fazer uma reforma migratória. Parece que isso também não irá acontecer neste ano, porque os republicanos mantêm suas divergências com a proposta que poderia significar a legalização da residência de cerca de 11 milhões de pessoas que vivem hoje nos EUA sem documentos.
(M.J. Arce, 20 de março)
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