Guillermo Alvarado
Uma ampla participação dos cidadãos, o freio à extrema-direita que almejava se instalar com força no Parlamento Europeu, o fim do bipartidarismo nesse órgão e o tombo do Partido Conservador britânico, são alguns dos resultados a destacar nas eleições da chamada EuroCâmara.
Cerca de 51% das pessoas habilitadas para exercer o direito ao voto na União Europeia foram à urnas entre quinta-feira e domingo, um entusiasmo pouco frequente em pleitos desse tipo no Velho Continente.
O Partido Popular Europeu se manteve no primeiro lugar ao conquistar 182 das 751 cadeiras disponíveis. Porém, foi uma vitória pírrica, porque perdeu 34 deputados em relação com a legislatura que está prestes a concluir. No segundo lugar ficaram os social-democratas, com 147 vagas.
Isso significa o fim do bipartidarismo no parlamento regional, porque as duas forças juntas chegam a apenas 329 deputados, longe da maioria fixada em 375, o que permite dar maior protagonismo aos liberais que, com seus 109 legisladores, poderão definir cada votação. Os grupos de extrema-direita e os chamados eurocéticos conseguiram avançar, mas não alcançaram o resultado que esperavam.
Por países houve algumas surpresas, como o tombo dos conservadores britânicos, que concluíram no quinto lugar, superados amplamente pelo partido do Brexit, que abocanhou 30% da preferência. Na França, Marine Le Pen, de extrema-direita, levou vantagem de nove décimos sobre o partido do presidente Emmanuel Macron. E na Itália consolidou-se a Liga, de Mateo Salvini.
Por sua vez, na Grécia, Alexis Tsipras convocou a eleições antecipadas ante o péssimo resultado do partido de governo. A votação seria em junho e poderia significar o fim do seu mandato.
Na Espanha, o resultado favoreceu o PSOE – Partido Operário Socialista Espanhol, que teve uma importante vitória com 33% do total. Algo semelhante não ocorria faz 15 anos. O segundo colocado foi o Partido Popular, seguido pelo Ciudadanos e a coalizão Juntos Podemos, de Pablo Iglesias.
A divulgação dos resultados preliminares, nesta segunda-feira, afastou o fantasma de uma eventual irrupção poderosa da extrema-direita no Parlamento Europeu.