M.J. Arce
Desafiando as restrições impostas pelo bloqueio econômico, comercial e financeiro, vigente desde o começo dos anos 60, a organização inter-religiosa norte-americana Pastores pela Paz sempre se manteve junto a Cuba. Suas caravanas rumo este país com remessas de ajuda material começaram na década de 1990 e prosseguem nos tempos atuais, portando uma mensagem de amizade e solidariedade.
Essa iniciativa surgiu em 1992, sob a liderança do reverendo Lucius Walker. O objetivo tem sido enfrentar a política hostil de Washington e trazer equipamentos e produtos destinados ao povo cubano, arrecadados ao longo de percursos por várias cidades nos EUA e no Canadá.
Onde fazem escala, os ativistas dão palestras sobre a realidade em Cuba e explicam as consequências do bloqueio, que viola o direito internacional e constitui o principal obstáculo para o desenvolvimento desta nação.
Tem sido anos driblando problemas e sofrendo o acosso dos sucessivos governos norte-americanos para poder entregar ao povo cubano as doações, de valor inestimável, dirigidas a esferas essenciais como a saúde e a educação, e a segmentos vulneráveis como os idosos e crianças.
Nada tem conseguido deter os caravanistas, que fazem ouvidos moucos às ameaças, multas ou confisco de bens. Eles respondem com coragem, organizando greves de fome e protestos até conseguir que Washington dê luz verde para suas viagens rumo ao território cubano.
Esse projeto dos Pastores pela Paz surgiu de uma organização religiosa, porém, conta com o apoio de outras muitas pessoas de boa vontade que rechaçam a política hostil dos EUA contra Cuba, principalmente o bloqueio que tenciona render o povo da Ilha através da fome e das doenças. Cabe destacar que os ativistas, de várias nacionalidades, se comprometem com a defesa da paz e das causas justas.
Agora, Cuba está prestes a receber mais uma Caravana da Amizade, num contexto caracterizado pelo endurecimento da política anticubana de Washington, que impôs novas medidas para tentar asfixiar o país. Entre elas, restrições às viagens de cidadãos norte-americanos, e também a proibição às companhias de cruzeiros de incluírem Cuba em seus roteiros, sob a ameaça de sofrerem fortes sanções.
Gail Walker, diretora-executiva da fundação inter-religiosa para a organização comunitária Pastores pela Paz, disse que esse trabalho de solidariedade lhes permite lutar contra a desinformação e as mentiras veiculadas pelo governo norte-americano.
“Nosso trabalho de solidariedade é agora mais importante do que nunca. Trump quer acabar com os vínculos entre os dois povos. Mas, os Pastores pela Paz continuarão seu trabalho e seguirão pressionando para pôr fim ao bloqueio norte-americano”, declarou Walker à agência noticiosa Prensa Latina.
A postura dessa organização solidária ao longo de mais de duas décadas espelha solidariedade e amor infinito. Acima do valor das doações, que têm contribuído a aliviar os efeitos do cerco econômico, está o fato de acompanhar o povo cubano na defesa do direito de escolher seu próprio caminho e de construir uma sociedade justa e sustentável.