M.J. Arce
Nos EUA, cresce o número de pessoas sem teto, ou seja, que não têm onde morar. O problema se alastra por todas as localidades, porém, é mais grave nas cidades de Nova Iorque, Los Angeles e San Francisco, de acordo com as estatísticas.
A desigualdade aumenta aceleradamente nesse país. Os analistas dizem que embora tenha ocorrido um leve aquecimento da economia, os benefícios atingem só uma fatia da população, enquanto outros perderam inclusive seu direito de desfrutar de uma moradia digna.
Os albergues públicos estão lotados e muitos norte-americanos vivem hoje em tendas de campanha, em veículos ou simplesmente na rua.
Recentemente, Philip Alston, relator especial da ONU para a pobreza extrema e os direitos humanos, percorreu vários estados dessa nação. Indicou que as políticas do governo atual centram-se em cortar ao máximo os subsídios para moradia, e considerou que a situação deve piorar. Alston afirmou que para muitos o sonho americano está se transformando rapidamente numa ilusão.
Uma pesquisa de opinião revelou que o número de desamparados em Los Angeles, na Califórnia, aumentou 12% a respeito do ano passado por causa da dificuldade de acesso a uma casa. “Temos uma das maiores populações de pessoas sem teto do país. Somente Nova Iorque tem mais pessoas sem lar”, advertiu o diretor executivo da Autoridade de Serviços para Pessoas Sem Lar dessa cidade, Peter Lynn.
Especialistas advertem que os mais afetados por esse problema são as minorias e os idosos. Também contribui a agravar a situação a introdução de novas tecnologias que deixam sem emprego milhares de trabalhadores ou levam ao pagamento de baixos salários.
A existência desse flagelo social se torna mais visível nos meses de inverno, quando o frio torna quase impossível pernoitar ao relento. Organizações humanitárias e autoridades não conseguem acolher os sem teto porque os albergues não têm capacidade para tantos.
O pior é que o ambiente de emergência some quando a temperatura começa a subir e o clima melhora. Enquanto isso, o número de desabrigados nos EUA continua aumentando, num país em que os pobres não são considerados prioridade para o governo.
O certo é que nessa nação, uma das mais ricas e desenvolvidas do mundo, milhões de pessoas estão mergulhadas na pobreza, e muitas não têm onde morar. Mesmo assim, o presidente Donald Trump fecha os olhos e nega que exista esse problema.
O atual chefe de Estado parece mais interessado em travar guerras comerciais, impor sanções e endurecer sua política hostil contra outros governos que não são do seu agrado, ou jogar a culpa a outros dos problemas que atingem a sociedade norte-americana.