M.J. Arce
A Venezuela entrega ao Azerbaijão a presidência pro tempore do Movimento de Países Não Alinhados após três anos de intenso trabalho na direção do bloco, merecendo destaque sua defesa da paz e o direito dos povos à autodeterminação.
Apesar de ser assediada pelos Estados Unidos e alguns de seus lacaios latino-americanos, a Venezuela jamais esqueceu seu compromisso com o resto dos membros do bloco, que reúne nações em desenvolvimento de diferentes regiões do mundo.
Em fóruns internacionais defendeu a igualdade entre as nações, a autodeterminação e a não intervenção nos assuntos internos dos povos, assim como a solução pacífica dos conflitos e a cooperação internacional.
O governo venezuelano procurou manter um papel proativo na palestra internacional, fomentando debates e intercâmbios para garantir a vigência do Movimento Não Alinhado na atual conjuntura internacional, assim como seu importante papel de contrapeso e influência nos processos de negociação intergovernamentais.
O país sul-americano concentrou esforços em revitalizar a organização para que sua voz se escutasse com mais força no contexto atual em que se promovem guerras e práticas desleais que colocam em risco o desenvolvimento de outros povos.
Seu trabalho nestes três anos permitiu ativar o Movimento Não Alinhado na UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, e declarar na ONU o Dia do Multilateralismo e a Diplomacia da Paz, em 24 de abril passado, por iniciativa da Venezuela.
O fortalecimento da unidade e a coesão entre os Estados membros através do multilateralismo, assim como a preservação da tomada de decisões pela via do consenso e o respeito mútuo, também foram questões de prioridade.
Outra conquista a ser levada em conta é a criação de um grupo de trabalho do Movimento que se dedicará a analisar o impacto das medidas coercitivas unilaterais e procurar alternativas concretas para enfrentá-las.
Seus membros destacaram a liderança da Venezuela e elogiaram o trabalho feito nestes três anos em que ocupou a presidência pro tempore, defendendo a Carta da ONU e os propósitos e princípios do Movimento Não Alinhado, uma ferramenta apropriada para consolidar uma cultura de paz.