O satélite Tupac Katari começou a funcionar plenamente neste mês. Ele foi lançado ao espaço em dezembro do ano passado. Assim, o governo boliviano cumpriu o artigo 20 da Constituição Política do Estado que aponta que as telecomunicações são um direito de todos os cidadãos.

Em poucas semanas já são visíveis os benefícios que significa para a população a entrada do país na lista dos que contam com satélite próprio. Há poucos dias realizou-se a primeira consulta médica à distância, uma iniciativa que será estendida nos próximos seis meses a todos os municípios.

A conexão dos centros de saúde na zona rural com hospitais de alto nível nas cidades facilita o trabalho dos especialistas e o apoio aos profissionais que exercem a medicina em lugares mais afastados. Isso significa uma melhoria nos serviços públicos de saúde.

Outra das vantagens do satélite Tupac Katari é propiciar uma resposta rápida das autoridades em caso de desastre natural, ao estar conectado, também, ao sistema de comunicações das Forças Armadas.

As autoridades bolivianas indicam que sua utilização possibilitará gerar alertas antecipadas inseridas nos mecanismos de prevenção, principalmente quando ocorrem fortes chuvas ou enchentes. A informação poderá ser obtida em tempo real, sendo processada rapidamente para reagir de forma imediata.

A educação é outro dos setores beneficiados com o satélite. Todas as escolas do país terão conexão de internet, acesso a aplicações multimídia e a um futuro canal de televisão de caráter educativo.

Para isso, serão instalados 1.500 telecentros até o final deste ano com vistas a dar cobertura a todas as escolas rurais do país.

Também será notável a poupança em termos de país. Os clientes de telecomunicações via satélite na Bolívia, públicos ou privados, poderão optar por utilizar o Tupac Katari ao invés dos estrangeiros, através do qual poderão ter acesso a projetos adicionais levados adiante pelo governo.

A Bolívia já tem seu lugar no espaço. O funcionamento de um satélite próprio garante sua independência nessa área e se torna mais uma via para melhorar as condições de vida de todos os cidadãos.

(M.J. Arce, 17 de abril)