Por Maria Josefina Arce
As imagens que percorreram o mundo em agosto passado continuam intactas na memória: inúmeros animais mortos e vastas florestas destruídas. A Amazônia ardeu durante semanas, e sua devastação continua sob o mandato do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro.
Recente relatório do Instituto de Pesquisas Especiais do Brasil detalha que o desmatamento atinge, hoje, o mais elevado índice nos últimos 11 anos.
A instituição revela que nos últimos meses a destruição do também chamado pulmão do planeta registrou subida de 29,5 por cento, o que representa quase 10 mil quilômetros quadrados de florestas que simplesmente sumiram.
Sem dúvida, a situação é preocupante. O ministro de Meio Ambiente, Ricardo Salles afirmou que serão tomadas medidas, porém a sociedade brasileira não acredita que isso ocorra.
Durante os intensos incêndios na Amazônia e ante a forte pressão internacional, o presidente disse que era seu dever proteger a maior selva tropical do planeta, a que disse amar, mas suas ações e discurso vão por outro caminho.
Bolsonaro vem se encarregando de desmantelar a política ambiental do Brasil. Está mais interessado nos possíveis lucros provenientes de sua exploração do que em cuidar de uma das regiões de maior biodiversidade do mundo.
Desde que assumiu a presidência, foi cortando as verbas destinadas ao meio ambiente.
Além disso, a resposta de seu governo à extinção dos incêndios de agosto passado foi lenta demais. Finalmente, para calar as fortes críticas recebidas de presidentes de outras nações, mandou 44 mil soldados às reservas naturais, terras indígenas e áreas fronteiriças da região para combaterem o fogo.
A nomeação de Ricardo Salles para dirigir o Ministério do Meio Ambiente é, também, uma prova de qual é o seu verdadeiro interesse na Amazônia. Muitos destacam o compromisso do ministro com os latifundiários e as empresas mineradoras.
Suas declarações no sentido de que não há suficiente desenvolvimento na Amazônia e que não se podem reservar grandes superfícies de selva para um número reduzido de indígenas mostram de que lado está o ministro.
A realidade é que a situação da Amazônia piorou devido à retórica antiecológica de Bolsonaro e suas políticas que apostam em liberar a exploração comercial da mineração, agricultura e o turismo nessa rica região natural.