Por Guillermo Alvarado
A comunidade internacional repudia o bloqueio que os Estados Unidos aplicam contra Cuba. Para atenuar tal rejeição, o governo de Washington espalha mentiras a fim de confundir os ingênuos. Por exemplo, sustenta que esse ato genocida não viola os direitos humanos do povo cubano, ou qualquer outro.
Para demonstrar o contrário, basta dar uma olhada ao memorando assinado em 1960, durante o governo de Dwigh Eisenhower pelo então subsecretário de Estado Lester Mallory que contém as bases políticas e ideológicas do que já era o bloqueio em embrião.
Naquele texto o funcionário diz que “O único meio previsível para entorpecer o apoio interno à Revolução Cubana é o desencantamento e o desalento baseados na insatisfação e nas dificuldades econômicas”.
Com perfídia imperial, acrescenta: “Deve se utilizar rapidamente qualquer meio concebível para enfraquecer a vida econômica de Cuba. Uma linha de ação que tivesse maior impacto seria negar dinheiro e fornecimentos a Cuba, para diminuir os salários reais e monetários a fim de provocar fome, desespero e a derrubada do governo”. Como vocês sabem, amigos, ao serem implementadas políticas dirigidas a criar necessidades extremas num povo, que levem até à morte se não se consegue dobrar sua vontade, estaremos falando em genocídio.
Ademais, um bloqueio como esse, imposto a Cuba, pode ser classificado um ato de guerra, só que entre os dois países não existe um estado de beligerância, portanto, é uma agressão unilateral.
Certamente, a senhora Kely Craft, representante dos EUA na ONU, não levou em conta essas coisas na hora de negar que esta política – que provocou prejuízos estimados em mais de 922.630 milhões de dólares e afetou a vida dos cubanos em todos os aspectos: educação, saúde, moradia, emprego, cultura e desenvolvimento – violasse os direitos humanos.
Que outra coisa poderia ser a intenção de impor uma vontade estrangeira a uma nação soberana por meio de sofrimento e escassez?
Craft calou na Assembleia Geral da ONU que o bloqueio viola também os direitos e liberdades do próprio povo dos EUA, proibido de se relacionar, comerciar e visitar Cuba como turista, o único país no mundo ao que seu próprio governo não lhes permite viajar.
Qualquer norte-americano pode viajar ao Vietnã, por exemplo, que ganhou deles uma dolorosa e prolongada guerra, ou à China, com o qual há um litígio em torno de impostos. Todavia, se passa por sua cabeça colocar um pé em Havana como visitante comum, poderá ser levado perante os tribunais e pagar multas exorbitantes.
Esqueceram que o artigo 13 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujo 71º aniversário se comemorou em 10 de dezembro, reconhece a liberdade de livre circulação.
Estados Unidos coloca em risco a vida dos cubanos, a vida da que emanam todos os demais direitos; limita os de seus próprios cidadãos e também os de terceiros países, aos que ameaça com sanções se mantiverem relações econômicas, comerciais e financeiras com a Ilha. Aliás, com Cuba se esfacela a falsa teoria de Washington de que o bloqueio é um assunto bilateral. Nenhum discurso ou propaganda poderá ocultar estas verdades.