Por María Josefina Arce
Em abril de 2019 Venezuela saiu formalmente da OEA, porém a Organização de Estados Americanos, sob a tutela dos Estados Unidos, continua se intrometendo nos assuntos domésticos dessa nação sul-americana.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, um instrumento do organismo regional, tenciona visitar, nesta semana, a Venezuela - sem ser convidada pelo governo constitucional de Caracas – por supostas violações das prerrogativas cidadãs.
A visita foi autorizada, pasmem, pelo opositor Juan Guaidó, que, com a aquiescência dos EUA, se declarou no ano passado presidente interino da Venezuela.
Os delírios de grandeza de Guaidó não têm limites. Teima em considerar-se chefe de Estado, sem ter recebido nunca o apoio da maioria dos venezuelanos, e agora também não conta com a aprovação de uma parte da oposição.
Sua figura é cada vez mais discutida devido a denúncias de corrupção. Evidentemente, Guaidó gosta muito do dinheiro. Recordemos que, em setembro passado, Estados Unidos anunciou um pacote de 52 milhões de dólares para o chefete opositor.
As autoridades legítimas venezuelanas deixaram bem claro que não vão autorizar a entrada da comissão no país, porque Caracas já não pertence à OEA, que vem realizando atos de ingerência a fim de derrubar o presidente Nicolás Maduro, eleito pela maioria dos venezuelanos.
O mandatário declarou que o organismo regional se transformou abertamente num espaço de dominação imperial.
O secretário geral do fórum regional Luis Almagro, a serviço dos interesses norte-americanos, não poupa nenhuma oportunidade de justificar uma intervenção militar na Venezuela e promover um golpe de Estado.
Seus planos, apoiados por um pequeno número de países, todos a serviço de Washington, se viram frustrados pela corajosa oposição de outras nações, como as caribenhas.
Almagro dedicou seu tempo como secretário geral da OEA, desde maio de 2015, para agredir a Venezuela e seu povo. Não levava um ano no cargo e já pedia que se ativasse o procedimento para abrir a Carta Democrática contra Caracas.
As ações da OEA constituem uma ameaça para a segurança regional, assim como para o direito à paz e à estabilidade do povo venezuelano.
A Comissão Internacional de Direitos Humanos não tem nada para fazer na Venezuela, cujo governo legítimo saiu do organismo regional por sentir-se agredido, e essa decisão soberana deve ser respeitada.