Por Maria Josefina Arce
Sistemas sanitários colapsados, médicos, enfermeiras e trabalhadores da saúde esgotados devido ao intenso trabalho provocado pela subida do número de pessoas contagiadas pela Covid 19.
Este é o atual panorama em muitas nações do mundo, que desde o começo do ano não conseguem afrouxar a batalha contra a doença causada pelo novo coronavírus.
Na América do Sul, a enfermidade se propaga tornando evidente a precariedade de muitos sistemas de saúde, que, para além de não contar com os recursos necessários, esbarram na falta de vontade política de alguns governos para combater a esta pandemia.
Concretamente, vejamos o caso da Colômbia. O país já tem três mil contagiados e mais de 100 mortos, segundo as autoridades. Os profissionais da saúde denunciaram que são ameaçados de demissão se buscarem informação científica internacional e não se guiarem apenas pelos conselhos do governo.
A Federação Médica Colombiana advertiu que não se permite a busca ativa de possíveis contagiados, só aqueles que as autoridades julguem e autorizem. Sem dúvida, estamos na presença de uma arbitrariedade que pode disparar o número de casos, porque não se leva em conta um princípio básico: a prevenção.
Os profissionais colombianos também não contam com a proteção necessária para exercer seu trabalho ante o elevado nível de contagio da Covid 19. Sem roupa especial, nem máscaras continuam salvando vidas colocando em risco as suas.
Em muitas ocasiões, esses trabalhadores, entre os quais já há mortos, exortaram o governo do presidente Ivan Duque a liberar verbas necessárias para enfrentar a pandemia.
Finalmente, diante das reiteradas críticas, o executivo não teve outra saída senão atender ao pedido do setor da saúde, que denunciou também as péssimas condições de muitos hospitais colombianos.
Um mês depois de a pandemia ter se instalado na região é que as autoridades anunciam que vão providenciar os insumos que necessita o setor.
O ministro colombiano da Saúde e Proteção Social, Fernando Ruiz, prometeu que vai acelerar a compra de artefatos de proteção e equipamentos.
O mundo já superou os 100 mil mortos pela Covid 19 e se aproxima dos dois milhões de contagiados, mesmo assim ainda tem gente que pensa mais em cuidar seus negócios e cargos ou na economia, do que proteger seus cidadãos de uma doença altamente letal.