O Equador é um dos países latino-americanos mais golpeados pela Covid-19. Continua somando novos casos, já são uns 50 mil e sete mil pessoas morreram. Entretanto, o panorama econômico é cada vez mais desolador.
A situação é bem complicada. O Equador já tinha sido notícia em abril passado, pelos acontecimentos de Guayaquil onde as mortes e contágios pela doença subiam e subiam e o sistema sanitário e funerário colapsaram.
O Equador seguiu rapidamente os passos da Europa com um dos surtos mais violentos quando a pandemia ainda não tinha desencadeado na América Latina. Os profissionais da saúde locais denunciaram a falta de segurança para atender aos doentes e de insumos e equipamentos necessários.
Na última terça, o governo equatoriano declarou o segundo estado de sítio por calamidade pública devido à Covid-19 e a emergência econômica, um aspecto que marca a diferença com relação ao primeiro decreto executivo, declarado em 16 de março passado e que tinha expirado na segunda-feira.
O objetivo agora é conter a propagação da enfermidade e, ao mesmo tempo, estabelecer mecanismos para enfrentar a recessão econômica. Os meios de imprensa recordam que segundo a Constituição do país, uma das atribuições extraordinárias do presidente é declarar o pagamento de impostos por adiantado.
Em seu discurso dirigido à nação, no final de maio, o presidente Lenin Moreno assinalou que adiantaria o pagamento de impostos às pessoas que ganhem mais de cinco mil dólares e às empresas que não tiveram prejuízos durante a pandemia.
Para o presidente da Câmara de Comércio de Quito, Patrício Alarcón, o que o país necessita é uma agenda mínima em assuntos tributários, financeiros e trabalhistas para a recuperação.
A Covid-19 apareceu no Equador no meio de uma difícil situação econômica. Até o final deste ano, poderiam se perder no país uns 600 mil empregos e a pobreza disparar até quatro por cento, indicadores que durante o governo de Lenin Moreno já tinham aumentado devido à política neoliberal implementada.
Ademais, o governo aplicou cortes por quatro bilhões de dólares, o que provocou duros protestos como os de outubro do ano passado que mantiveram o presidente contra a parede. Aliás, Lenin Moreno, hoje, só goza da aprovação de 18 por cento da população.