Inúmeros países, entre os quais algumas potências ocidentais, advertiram o regime sionista de Israel sobre as consequências de levar à prática a anexação dos territórios palestinos ocupados, porquanto poderia destruir para sempre as precárias possibilidades de paz no Oriente Médio.
O propósito de anexação aparece num projeto elaborado pelo governo de Donald Trump para essa região e apresentado com o artificioso nome “Paz para a Prosperidade”.
Na verdade, o mencionado texto só focaliza os interesses de Tel Avive e sacrifica o direito do povo palestino de contar com um Estado soberano, dentro das fronteiras anteriores a 1967 e com Jerusalém Oriental como capital.
O plano – que não foi consultado nem aprovado por uma das duas partes em conflito – pretende dar a Israel o direito de incorporar à sua soberania os territórios ocupados na chamada “Guerra dos Seis Dias”, mais todas as terras roubadas durante a construção de colônias ilegais.
Como se não bastasse, Israel também poderia se apropriar do Vale do Jordão, uma rica faixa de terra de 105 quilômetros de superfície que representa 30 por cento da Cisjordânia e é o solo melhor irrigado e mais fértil em toda essa região.
O governo da Rússia avisou que a anexação de territórios palestinos por Israel não só enterraria a solução de dois Estados, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, mas também desencadearia uma nova espiral de violência.
Fizeram a mesma advertência os secretários gerais da ONU, Antonio Gutérrez, e da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit.
Soad Rumman, diplomata palestina, recordou que os assentamentos ilegais israelenses em territórios ocupados palestinos constituem crime de guerra, segundo estabelece a 4ª Convenção de Genebra e o Estatuto de Roma.
O roubo de terras foi condenado pela comunidade internacional mediante a resolução 2334 do Conselho de Segurança da ONU, aprovada em 2016 com 14 votos a favor e a abstenção dos Estados Unidos.
Os governos da Alemanha, França, Egito e Jordânia acabam de exortar Israel a desistir do projeto e avisaram que não vão reconhecer nenhuma modificação às fronteiras de 1967 se não for aceita pela Palestina.
O projeto sionista devia ter sido implementado a 1º de julho, mas o chefe de governo Benjamin Netanyahu decidiu retardá-lo, talvez porque o presidente norte-americano Donald Trump ainda não tenha dado luz verde.
Sem dúvida, ambos deveriam recordar aquele ditado popular que expressa: guerra avisada não mata soldado.