Essenciais, mas descartáveis

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-08-13 21:01:54

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Por Guillermo Alvarado

Os trabalhadores sem documentos e suas famílias proporcionam notável contribuição econômica aos Estados Unidos, além de realizar trabalhos essenciais nestes tempos de pandemia, porém foram excluídos dos programas de assistência financeira aprovados pelo governo de Donald Trump.

Um estudo feito pela Universidade da Califórnia em Los Angeles – UCLA – revela que esse segmento populacional – somando os resultados de seu trabalho e o nível de consumo – contribui com um bilhão 670 milhões de dólares para a economia norte-americana.

Atualmente, representa boa parte da mão de obra na produção de alimentos na zona rural, assim como nos serviços de saúde no atendimento aos doentes da Covid-19.

Mesmo assim, o primeiro pacote de ajuda financeira aprovado faz alguns meses atrás, e esse que ora está sendo debatido pelo Congresso, ou os decretos baixados no fim da semana passada por Trump, nem sequer mencionam os indocumentados.

Nos Estados Unidos, há mais de 11 milhões de trabalhadores que não possuem documentos, porém concorrem para o êxito da economia desse país, sem receber em troca nenhum benefício.

Por carecerem de papéis, não têm direito ao seguro social e seus empregadores também não podem consegui-lo.

Se perderem o emprego, eles não receberão garantias estatais que, por sinal, o presidente cortou em seu último decreto de 600 a 400 dólares semanais, uma medida criticada pela direção do partido Democrata que pugnava por uma soma mais elevada.

Raúl Hinojosa - autor do relatório multidisciplinar da UCLA e diretor do Centro Norte-Americano de Integração e Desenvolvimento - declarou ao jornal mexicano La Jornada que o fato de os trabalhadores indocumentados não receberem ajuda, é uma prova das sistêmicas desigualdades racistas nos Estados Unidos.

É o segmento mais vulnerável e castigado pela crise, tanto a sanitária quanto a econômica. A esse setor deveriam dar alternativas imediatas, por meio do acesso à ajuda econômica e lhes oferecer a possibilidade de legalizar sua situação, disse o funcionário.

O estudo revela que entre os sem papéis o desemprego subiu até 29 por cento, muito superior à média nacional de 10,2 por cento.

Essenciais, porém descartáveis, diz o texto, e detalha que não só são excluídos de ajudas e programas de assistência federais, mas também recebem os salários mais baixos e realizam quase todos os trabalhos de alto risco ante a pandemia.



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