Por Guillermo Alvarado
Autoridades palestinas na Faixa de Gaza estabeleceram toque de recolher diante da possibilidade do aumento desmedido de casos da Covid-19 no meio das péssimas condições em que essa população se vê obrigada a viver devido aos ataques constantes de Israel.
O porta-voz do ministério do Interior. Iyad al Bozum anunciou que quatro membros de uma mesma família na base de refugiados de Al Maghazi deram positivo ao novo coronavírus.
A Faixa de Gaza é um pedaço de terra de 41 quilômetros de comprimento e de 6 a 11 quilômetros de largura. Em total, tem 360 quilômetros quadrados onde vivem amontoados quase dois milhões de pessoas governados pela organização Hamas.
Nas últimas semanas, tem sido alvo de bombardeios do exército israelense, que, como se não bastasse, também fechou as passagens fronteiriças e suspendeu o fornecimento de combustível.
Em consequência, escasseiam os gêneros alimentícios, água, medicamentos e outros insumos, entrementes, a única usina elétrica existente deixou de funcionar, portanto, teme-se que a doença se precipite.
Iyad al Bozum explicou que todos os centros de trabalho serão fechados temporariamente, do mesmo modo que as escolas, mesquitas e outros lugares públicos.
Sem dúvida, é uma terrível situação humanitária, que não foi discutida naturalmente nas negociações entre o governo de Israel e o secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo, que esteve de visita em Tel Avive.
A viagem do chefe da diplomacia norte-americana tem por objetivo confirmar o apoio de Donald Trump aos planos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu de prosseguir a construção de colônias israelenses em territórios palestinos ocupados, o que viola o direito internacional.
Ademais, Pompeo se propõe a pressionar, ou fazer chantagem, a outros países do Oriente Médio, para que sigam o exemplo dos Emirados Árabes Unidos, onde se anunciou recentemente a normalização das relações com Israel.
Pompeo, contudo, recebeu um categórico NÃO das autoridades provisórias do Sudão, a segunda escala de sua viagem, que não busca promover a paz, nem o cumprimento das resoluções da ONU para a criação de dois Estados – Palestina e Israel – com as mesmas fronteiras que existiam em 1967.
Pompeo deseja propiciar mais beligerância a Netanyahu e seus aliados em detrimento do povo palestino, que está ficando sozinho diante de duas ameaças mortais. De um lado, a pandemia da Covid-19. Do outro, a vontade implacável de Israel de fazê-los desaparecer da face da terra.