Mudanças globais já!

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-09-09 10:29:49

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Guillermo Alvarado

A pandemia da Covid-19 mostrou que pouquíssimos países contam com condições políticas, econômicas e sanitárias para enfrentar uma crise dessa magnitude, que está exacerbando as desigualdades entre as nações e dentro das mesmas.

O acadêmico e Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz fez conhecer suas ideias num artigo publicado na revista Finanças e Desenvolvimento do Fundo Monetário Internacional.

E não se trata apenas do tamanho ou volume de desenvolvimento de cada nação, e sim da hierarquia dos valores em que a sociedade se fundamenta.

Isto explica por que os Estados Unidos, principal potência econômica e militar do planeta, seja, também, o mais afetado pelo novo vírus, com mais de seis milhões de contagiados e uns 190 mil mortos.

Stiglitz explica que essa nação, antes da pandemia, tinha um dos padrões de saúde mais baixos do mundo desenvolvido, sem acesso generalizado ao atendimento médico e uma fraca expectativa de vida.

Estados Unidos tem uma economia controlada pelas regras do mercado, com busca exagerada de ganâncias e a destruição em massa dos direitos trabalhistas, especialmente da mão-de-obra pouco qualificada.

O autor explica que em matéria fiscal, por exemplo, tem sistemas tributários totalmente regressivos, nos que, os que ganham mais pagam menos impostos sobre suas rendas do que os trabalhadores que ganham menos.

A Covid-19 não só desmascarou as grandes desigualdades, mas também as agravou por ter castigado justamente os mais pobres.

Ao longo de décadas, a doutrina neoliberal não previu que algumas medidas – a liberalização dos capitais, o desregulamento das garantias trabalhistas e a privatização das aposentadorias - aumentaram a insegurança individual e minaram as bases da economia.

Estados Unidos não estavam preparados para uma crise sanitária global. Prova disso é que as empresas não puderam satisfazer a procura de objetos elementares, como máscaras e luvas, e muito menos respiradores artificiais e testes para a detecção do vírus, equipamentos mais complicados.

Por isso, afirma Stiglitz, a economia pós-pandemia tem de funcionar em bases diferentes, que já deveriam ter começado a ser construídas. A doença não vai sumir antes de ter sido eliminada em todos os lugares e a economia só vai melhorar quando o mundo todo se recuperar.

Enquanto haja governos que obstaculizem uma resposta global à crise, vamos de mal a pior.



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