Espiral de violência na Colômbia

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-09-29 17:45:12

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Sepelio de víctimas del ataque en Samaniego, Nariño. Foto /AFP

Por Maria Josefina Arce

Novas notícias sobre chacinas, assassinatos cometidos pelo exército e seqüestros conturbam a sociedade colombiana, que se pergunta quando vai parar a espiral de violência no país.

El Chocó e Nariño são os teatros dos mais recentes atos violentos que provocaram a morte de oito pessoas, entre as quais havia cinco indígenas Awá. Outros 40 membros dessa comunidade foram seqüestrados, mulheres, crianças e idosos inclusive.

Simplesmente sumiram da reserva indígena de Inda Zabaleta, em Nariño, onde gangues combatem entre si pelo controle do território sem que o governo do presidente Ivan Duque tome providências efetivas, e os acontecimentos se repetem. Diferentes organizações sociais têm denunciado uma e outra vez as atrocidades.

Ao assassinato no começo do mês de setembro de Jaime Ordoñez pela polícia se soma agora o da jovem Juliana Giraldo, que foi morta pelo exército durante um suposto controle numa rodovia. Sem nenhuma justificativa atiraram contra o automóvel em que a moça viajava.

As críticas contra Duque e o ministro da Defesa, Carlos Holmes, são cada vez mais fortes. Os questionamentos se acumulam de membros do partido governista Centro Democrático inclusive.

Vários parlamentares insistem em que o ministro da Defesa deve assumir a responsabilidade política já com relação ao que está se passando, e pensam que o presidente deve fazer a mesma coisa.

Explicam que os acontecimentos não são produtos de atuações avulsas de alguns de seus membros, como as autoridades pretendem mostrar a fim de encobrir as violações dos direitos humanos cometidos por agentes policiais e os militares.

Como se não bastassem as chacinas sistemáticas (mais de 60 neste ano) e a repressão policial, surge também a polêmica em torno da presença na Colômbia de tropas norte-americanas. Holmes enganou a opinião pública colombiana quando disse que o  Congresso tinha autorizado sua entrada no país.

Vários parlamentares desmentiram o ministro, e garantiram que o Congresso nunca autorizou o ingresso dos norte-americanos.

As autoridades não só mentem sem pudor aos colombianos em assuntos ligados à soberania e à integridade da nação, mas também fecham os olhos ante os cotidianos atos violentos que estremecem a Colômbia, e que também envolvem a polícia e o exército.

Para muitos, o governo atrasa de propósito a implementação do acordo de paz e não apóia o sistema Verdade, Justiça e Reparação.



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