A Colômbia encurta a distância que a separa de um acordo de paz definitivo que ponha fim a um conflito armado de várias décadas com dezenas de milhares de mortos.
Nos últimos dias, o governo do presidente Juan Manuel Santos e as guerrilheiras Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo - chegaram a um consenso sobre a solução ao problema das drogas ilícitas.
Este terceiro acordo foi considerado histórico, isto porque nasce das conversações sustentadas entre ambas as partes em Cuba, uma nação que, com o seu espírito construtivo e sua capacidade negociadora, contribuiu para a solução de conflitos internacionais.
Várias organizações internacionais, em primeiro lugar a ONU, receberam a notícia com satisfação, julgam que se trata de um impulso considerável ao diálogo, retomado em novembro de 2012.
Ban Ki-moon, secretário geral da Organização das Nações Unidas, falou que “os esforços para alcançar alternativas de desenvolvimento nas regiões castigadas pelas culturas ilícitas deve significar uma vida melhor para muitos colombianos”.
Os pontos de concordância entre as duas partes são os relativos aos programas de substituição de culturas de usos ilícitos, os de prevenção do consumo e saúde pública, bem como a solução ao fenômeno da produção e comercialização de narcóticos.
Embora as causas do conflito armado sejam alheias às drogas ilícitas, o consenso neste tema abre grandes possibilidades para a sociedade colombiana, isto porque ambas as partes reconhecem que a persistência dos mencionados cultivos guarda relação com as condições de pobreza, marginalidade e existência de organizações de crime dedicadas ao tráfico de drogas.
Este é um dos problemas mais graves que o país tem defrontado, e o acordo permitirá dotar os camponeses de uma vida digna possibilitando uma política de Estado integral com componentes econômicos sociais e judiciais nas zonas onde se planta coca;
Ambas as partes já tinham chegado a um compromisso com relação à política de desenvolvimento agrário integral e à participação política dos guerrilheiros após um eventual fim do conflito armado.
Com o acordo nascido recentemente, avançou-se na metade da agenda de conversações pactuadas entre o governo e as forças guerrilheiras.
Os resultados indicam a vontade, a responsabilidade e a maturidade dos negociadores ao chegar a consensos em temas bem complicados em torno dos quais existem diferentes opiniões.
E permite, além disso, não só avançar rumo a uma paz duradoura e estável na Colômbia, mas também na consolidação de uma América Latina como uma região de paz, inclusão e prosperidade.
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